Santo Anchieta está presente em vários lugares da capital

Na zona Sul, um bairro bucólico, conhecido pelos ares de cidade do interior, mas que também é caracterizado pela efervescência dos barzinhos e restaurantes. Próximo dali, na avenida do Contorno, uma instituição considerada referência na rede particular de ensino. Na Pampulha, um hospital infantil e na região Norte uma faculdade católica que leva aos alunos os aprendizados da filosofia e da teologia.

Mesmo sem nunca ter colocado os pés em Belo Horizonte, padre José de Anchieta serve de influência em diferentes espaços da capital, seja pelo reconhecimento ao seu trabalho de evangelização ou pela ordem à qual pertencia, a dos Jesuítas. As homenagens estão no bairro Anchieta, Colégio Loyola, Hospital Infantil Padre Anchieta e Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje).

Conhecido como o “apóstolo do Brasil”, pela atuação no país, o religioso foi aclamado santo nesta quinta-feira, em decreto assinado pelo papa Francisco. “A comunidade católica está em festa”, afirmou o coordenador de pós-graduação da Faje, padre Delmar Cardoso. A universidade está com uma exposição aberta ao público sobre a vida de Anchieta. Só na biblioteca há mais de 50 obras ligadas à biografia do catequizador.

Assim como a faculdade, o Colégio Loyola, que também pertencente à Ordem dos Jesuítas, presta homenagem ao novo santo. A lembrança, porém, está estampada na parede e no piso do 2º andar do prédio, no bairro Cidade Jardim. Chamada de “Prainha de Anchieta”, o espaço é composto por elementos cênicos de uma praia, como areia e “mar”. A ilustração evoca a figura do religioso escrevendo seus poemas. O local é usado como área de recreação.

EXEMPLO

“O trabalho dele na área da educação é primoroso e deve ser lembrando sempre, independente se a homenagem é de uma escola ou qualquer outra instituição”, disse o diretor do Hospital Infantil Padre Anchieta, ao explicar os motivos do nome da unidade de saúde, que funciona no bairro São Francisco. Segundo ele, um grupo de médicos se reuniu em 1976 para instalar o centro de urgências pediátricas na capital, batizado com o nome do padre. Referência de atendimento na região, o local atende cerca de 12 mil consultas por mês.

Bairro nobre e com famílias de classe média de BH, o Anchieta surgiu em meados de 1930. Conforme a Associação dos Moradores (Amoran), na época um bispo da ordem Jesuíta teria comprado os lotes. Uma das primeiras a morar lá, a dona de casa Maria de Souza Pereira acompanhou o crescimento da região.

“Quando meu marido construiu aqui não havia praticamente nada. O bairro cresceu, mas não perdeu o seu charme. É ótimo morar aqui”, contou Maria, que ficou muito feliz com a canonização de Anchieta. “Sou muito religiosa”, fez questão de reforçar a moradora, que é devota de Nossa Senhora Aparecida.