Assassinado

Sargento morreu cumprindo promessa de só atirar em último caso, conta amiga da família

Para familiares, morte do militar não pode ser em vão; eles cobram mudanças na lei que permite 'saidinha' temporária de presos

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
Publicado em 09/01/2024 às 17:29.
Sepultamento ocorre nesta terça no Cemitério Bosque da Esperança, na região Norte de BH (Maurício Vieira)

Sepultamento ocorre nesta terça no Cemitério Bosque da Esperança, na região Norte de BH (Maurício Vieira)

Assassinado com tiros na cabeça por um foragido beneficiado pela "saidinha" de fim de ano, o sargento Roger Dias, da Polícia Militar, morreu sendo coerente com uma promessa feita a si mesmo. Aos parentes e amigos, ele dizia que só atiraria em um criminoso se a própria vida estivesse em risco. 

O relato foi dado nesta terça-feira (9) pela amiga da família Ana Carolina Viana, de 30 anos, durante o velório. Ex-colega de escola do PM, ela falou com carinho sobre Roger, natural de BH e que completou 10 anos de corporação no último sábado (6), quando estava hospitalizado. 

"Ele sempre deixou claro que nunca atiraria em um bandido se realmente não tivesse um perigo iminente. E por isso ele morreu, ele obedeceu a regra", diz a amiga, uma das centenas de presentes no sepultamento, no Cemitério Bosque da Esperança.

Segundo a amiga, o desejo da família é que a morte do militar sensibilize os parlamentares e o governo, obrigando a revisão da legislação que permite a saída temporária de presos.

"Nós queremos que a morte dele não seja em vão. Queremos que o Senado altere a lei de execução penal e acabe com todas as regalias dos presos. O Roger não teve saída. Não era pra ele ter levado aquele tiro, não era para aquele bandido estar na rua", diz a amiga, indignada.

Durante o velório, ela lembrou que a família autorizou a doação de órgãos do policial. "Serviu a todos mesmo após a morte".

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