(Ricardo Bastos)
O sargento do 22º Batalhão, conhecido apenas como "Vítor" , suspeito de matar um servente de pedreiro durante uma abordagem policial no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi indiciado por homicídio. O crime aconteceu há dez dias e o inquérito sobre a morte de Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, foi concluído e enviado à Justiça Militar na segunda-feira (3). De acordo com o major Gilmar, o caso ficará à cargo da Justiça Militar que irá qualificar o crime como doloso, quando há intenção de matar, ou culposo, sem intenção. Indignado, o pai do pedreiro, Marilson Eustáquio de Souza, diz que está aguardando por justiça e contesta o trabalho policial. "Não era para acontecer isso. A polícia está nas ruas para nos proteger, e não nos atacar. Espero que o militar cumpra o que a Justiça determinar". Ele não quis comentar sobre a possibilidade de o sargento responder por crime doloso ou culposo. "Eu não sou conhecedor da lei, está nas mãos da justiça dos homens e de Deus. Isso não vai trazer meu filho de volta", desabafa. O militar foi preso em flagrante no dia 26 de novembro, data do crime. A morte de Helenílson transformou o Aglomerado da Serra em um campo de batalha entre a PM e os moradores. Na ocasião, pelo menos três ônibus foram queimados e um caminhão do Corpo de Bombeiros danificado durante a ação de protesto. Nenhum suspeito pelos ataques foi preso. Familiares do servente afirmam que ele não estava armado e que teria sido executado pelo sargento do Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar). Os policiais envolvidos contestam a versão, dizendo que a vítima estaria armada, em companhia de outros três homens, quando teria reagido a ordem policial, sendo atingido com um tiro. Contra Helenilson, segundo a PM, havia dois mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas.
Atualizado às 16h50