Seis anos vivendo em um quarto de hotel em Coronel Fabriciano

Daniel Antunes - Do Hoje em Dia
03/02/2013 às 07:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:39
 (Michelly Coutinho/Divulgação)

(Michelly Coutinho/Divulgação)

Perplexidade, abandono e descrença são os sentimentos de dezenas de famílias mineiras forçadas a abandonar o lar por algum tipo de problema geológico em suas propriedades. Além da perda material, muitas ainda buscam uma nova identidade para suas vidas, uma vez que, em alguns casos, vivem há anos em hotéis, casas de parentes ou em imóveis alugados. Em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, o drama da artesã Inês Oliveira Coutinho, de 48 anos, se arrasta por seis anos. Confinada com o marido em um quarto de hotel, ela emociona-se ao lembrar do acidente que lhe tirou os sonhos e o prazer de viver. “Minha vida e da minha família se resumem a um quarto e um banheiro de hotel”, lamenta, com os olhos marejados.    Em janeiro de 2007, a família de Inês precisou deixar, às pressas, a casa onde vivia, levando apenas a roupa do corpo. O imóvel foi carregado por um deslizamento de terra, provocado pelo corte de um barranco feito por uma empreiteira contratada pela Copasa. A esperança, segundo o advogado Marcelo Pereira Silva, contratado por Inês e por outras quatro famílias vítimas da mesma tragédia, é que o caso seja julgado nos próximos dias.   No quarto onde vivem Inês e o marido, caixas com objetos pessoais ficam amontoados. As roupas da família – os três filhos do casal dividem um quarto ao lado – são lavadas na pia do banheiro e colocadas para secar na janela. “Estamos abandonados num quarto de hotel, enquanto nossas vidas ficam paradas”, desabafa Inês.   O vigilante Eraldo Souza de Oliveira, 47 anos, vive situação semelhante. Após sair de casa, há seis anos, ao ter o imóvel interditado pela Defesa Civil, divide um minúsculo quarto de hotel com a mulher e os três filhos.    Da casa de Eraldo, só restou a garagem, usada por um morador do bairro para guardar o carro durante a noite. “Precisamos de uma definição. Não dá para entender o porquê de tanta demora. Seria melhor que fizessem um acordo para acabar com o sofrimento de tanta gente”, desabafa.   A Copasa informou que, apesar de não haver nenhuma decisão definitiva sobre os responsáveis pela reparação dos danos, tem garantido a moradia aos proprietários dos imóveis condenados.   Leia a matéria completa na Edição Digital do Hoje em Dia

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por