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Sem avanços, acordo entre professores e escolas particulares se arrasta para 3º dia de paralisação

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
08/06/2022 às 15:00.
Atualizado em 08/06/2022 às 15:04
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Professores da rede particular e representantes das escolas privadas seguem mais um dia sem avançar em acordos que atendam às reivindicações trabalhistas e ao reajuste salarial exigido pela categoria neste ano. Este é o terceiro dia seguido de paralisação dos educadores.

Em reunião realizada nessa terça-feira (7) - sem acordo - representantes do Sindicato dos Professores Particulares de Minas Gerais (Sinpro-MG) e do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep), levantaram a possibilidade de acionar a Justiça do Trabalho para solucionar o problema. 

A presidente interina do Sinpro-MG, Thais Cláudia da Fonseca, alega que o Sinep quer desconstruir direitos trabalhistas já conquistados pela categoria.

Segundo ela, os gestores de escolas insistem em alterar algumas cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), retirando “direitos históricos”, como, por exemplo, as bolsas de estudo para os professores, em que eles fazem a exigência que o professor esteja adimplente para ter desconto na mensalidade.

“Além disso, eles querem retirar a possibilidade de indenização dos professores quando há redução de carga horária. Inclusive podendo fazer acordo diretamente com os professores, o que vai também gerar uma perda de direitos, tirando o direito do sindicato atuar”, conta a presidente. 

A reivindicação dos professores é que haja reposição da inflação e reajuste real do salário. “O reajuste que eles oferecem continua 5%, enquanto nossa perda é em torno de 17%”, conta a dirigente do Sinpro-MG. 

Bárbara Dutra, professora de História, relata coerção na paralisação dos educadores. Apesar disso, ela acredita que o estado de greve terá resultado positivo nas negociações. 

“A gente sente que o movimento está crescendo, apesar do medo, da coerção que a gente está sofrendo pesado na escola, todo tipo de assédio. Mas nós seguimos organizados e sentimos que o movimento está crescendo. A esperança é que a gente consiga manter esses direitos”. 

Em nota, o Sinep informou que, quanto às conversas, continuam em busca de um bom termo. “Nas próximas semanas, outras diversas reuniões acontecerão com essa diretriz de foco, para que se consiga mais eficiência na compreensão das demandas e, por conseguinte, mais agilidade na construção dos acordos e dos resultados desejados.

Em relação ao indicativo de paralisação das atividades dos professores pelos seus representantes, o Sinep afirma entende que ele não se aplica e nem faz sentido durante o processo de negociação.

Uma nova assembleia dos professores acontece na tarde desta quarta-feira (8) e vai decidir os rumos do movimento. 

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