Sem bolo e pouca festa, Parque Municipal completa 116 anos nesta quinta

Amanda Paixão - Hoje em Dia
26/09/2013 às 11:59.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:47

O parque mais antigo e uma das áreas verdes mais importantes de Belo Horizonte completa 116 anos nesta quinta-feira (26). No entanto, neste ano, as comemorações de aniversário do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, que fica no coração da capital, se limitaram à apresentação do coral OAP UFMG e exposições de plantas. Além disso, acontece uma mostra de fotografias da fauna e flora de diferentes parques gerenciados pela Fundação de Parques Municipais.

Pela manhã, a apresentação do coral começou às 10 horas, próximo à administração do parque. O horário parece não ter agradado a todos, já que a maioria das pessoas trabalha neste período. "O horário não é bom. Não é desmerecendo a exposição, muito menos o coral, mas por se tratar de um local tão belo, que faz parte da história de vida de várias gerações, mereceríamos sim uma programação mais extensa, em horários alternativos e com atrações que agradem todos os públicos. Afinal, meu avô tem foto de criança neste parque, meus pais, eu...", disse o ator e empresário, Leandro Jahel, de 26 anos.

No mesmo local, entre 9 e 15 horas, os frequentadores conferem uma exposição de plantas, que é realizada toda última quinta-feira do mês, na qual mais de 30 amostras fitoterápicas retiradas do viveiro do parque são apresentadas. Banners e um material informativo sobre a lavanda, planta escolhida do mês de setembro, também são conferidos pelos visitantes.

"Poderiam ter organizado oficinas, shows ou palestras sobre sustentabilidade, por exemplo, e em um final de semana para que a população pudesse prestigiar", afirmou a estudante de Direito, Geane Cardoso, de 24 anos. A opinião é compartilhada pela bióloga Carla Silveira, de 32 anos, que nesta manhã passou pelo parque, mas não pode entrar devido à pressa. "A vida cultural do parque tem sido intensa nos últmos tempos, recebendo eventos de todos os tipos. Porque não trazer essas atrações nessa data importante?", questiona.

Revitalização e educação ambiental
 



As vias do parque também precisam ser revitalizadas. (Foto: Arquivo Hoje em Dia)
 

A arquiteta e ex-gerente do Parque Municipal, no ano de 2002, Marieta Maciel, ressalta a importância do espaço para BH e a questão da conscientização. "Por ser o primeiro parque da capital e ter nascido junto com ela, essa data teria que ser comemorada por toda a cidade. Poderiam ter feito algo mais significativo, pois, de certa forma, também contribuíriam para a educação ambiental das pessoas", disse Maciel.


A profissional faz parte da equipe responsável pela revitalização do local e comentou sobre o projeto. "Estão demorando para executar a reforma. Daqui a pouco, será necessário outro projeto, porquê a cidade muda. Mas o grande problema do Parque Municipal é a manutenção", contou. Segundo ela, a proposta, aprovada há cerca de dois anos pela Fundação de Cultura, prevê a construção de uma nova sede administrativa, um centro de educação ambiental, ampliação do número de banheiros - que é um grande problema atualmente - assim como mais lanchonetes. Também estão previstas reformas nas portarias e obras de acessibilidade, pois alguns caminhos construídos com pedras portuguesas não seriam ideais. "É um investimento alto, mas necessário. Somente nos fins de semana, cerca de 40 mil pessoas passam pelo local e, para que elas possam ter lazer de qualidade, é preciso revitalizar o espaço. No aniversário do ano passado, o diretor de Parques da Secretaria Regional Centro-Sul, Homero Brasil Filho, contou que os investimentos seriam em torno de de R$ 20 milhões na revitalização da área verde.
 
História
 



Parque Municipal atrai pessoas em busca de lazer e do contato com a natureza. (Foto: Arquivo Hoje em Dia)

O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, que atualmente recebe cerca de 600 mil visitantes por mês, foi projetado em estilo romântico inglês pelo arquiteto e paisagista francês Paul Villon, para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina.

Antes da implantação, o espaço abrigava a Chácara Guilherme Vaz de Mello, conhecida como Chácara do Sapo. O local serviu de moradia para o próprio Paul Villon e para Aarão Reis, engenheiro que chefiou a comissão construtora encarregada de planejar e construir a nova capital de Minas Gerais, que substituiria Ouro Preto.

A arborização foi introduzida por meio do transplantio de árvores de grande porte trazidas de diversas partes da cidade. Também foram plantadas mudas produzidas em dois viveiros criados por Paul Villon às margens do córrego da Serra.
 
Números do parque

• Área de 182 mil metros quadrados
• Abriga aproximadamente 250 espécies de árvores e 330 plantas ornamentais de diversos lugares do Brasil e do mundo
• Possui um viveiro, onde são cultivadas cerca de 120 espécies de plantas medicinais.
• Tem 50 espécies de aves, entre bem-te-vis, tucanos, sabiás, garças, periquitos, pica-paus e beija-flores, 11 espécies de peixes como dourados, cascudos, tilápias e carpas, mamíferos como morcegos, gambá de orelha branca e mico estrela, insetos como abelhas, formigas e besouros, além de 27 espécies de borboletas.

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