Risco em duas rodas

Sem freio: BH registra pelo menos dois acidentes com moto por hora, aponta levantamento do Samu

Sobrecarga na rede SUS devido ao socorro aos feridos já obrigou contingenciamento de cirurgias eletivas ortopédicas

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
20/03/2025 às 07:00.
Atualizado em 20/03/2025 às 07:00

Pelo menos dois acidentes de trânsito envolvendo motos são registrados a cada hora em Belo Horizonte. A média leva em conta o levantamento mais recente elaborado com base nos socorros prestados apenas pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu), em fevereiro deste ano. A estatística alarmante escancara os riscos de mortes e lesões graves a pilotos, passageiros, motoristas e pedestres nas ruas e avenidas da metrópole.

Somente nos 28 dias do mês passado, o Samu recebeu 1.405 chamados - ou 50 novos acidentes com motos por dia. O cenário deixa as autoridades em alerta. Em um comunicado, a prefeitura da capital afirma que as ocorrências impactam diretamente na assistência à saúde da população. 

Um exemplo da sobrecarga na rede SUS-BH foi o recente contingenciamento das cirurgias eletivas ortopédicas, de 22 de janeiro a 5 de fevereiro. "A medida foi necessária devido ao aumento da demanda de cirurgias de urgência, a maioria vinda de pacientes envolvidos em acidentes de trânsito e quedas", informou a administração municipal.

Acidentes com motos disparam 50% em seis anos

Conforme a PBH, o levantamento feito com dados do Samu escancara o crescimento no número de acidentes envolvendo motociclistas nos últimos anos. Em 2024, a cidade registrou 15,1 mil, aumento de 12% em comparação com o ano anterior, quando foram contabilizados 13,4 mil.

Quando a estatística leva em conta períodos anteriores à pandemia de Covid-19, o cenário é ainda mais preocupante. Conforme a prefeitura, em 2018, antes da explosão dos aplicativos de entrega e outros serviços que utilizam motocicletas, Belo Horizonte registrava cerca de 10 mil acidentes envolvendo motos. 

Em seis anos, o número saltou para 15,1 mil, o que representa um crescimento de quase 50%. "Esse crescimento acentuado demonstra não apenas uma quantidade maior no número de motociclistas, mas também mais exposição ao risco devido ao comportamento no trânsito", informou a PBH.

Segundo o subsecretário de Atenção à Saúde, André Luiz de Menezes, as lesões mais comuns em ocorrências com motociclistas são as fraturas. "Por isso, a necessidade de atendimento de forma ágil aos acidentados, por serem situações mais graves. Com isso, há um aumento tanto das internações ortopédicas de urgência como das internações ortopédicas eletivas, já que muitas vezes o caso não é solucionado com apenas uma cirurgia, sendo necessários vários procedimentos até a alta hospitalar”, disse Menezes.

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