(Wesley Rodrigues)
A educação está sem educação”. A frase, dita por um estudante na plenária final da 7ª Conferência Municipal do setor, resume o impasse no evento, suspenso sem deliberação por parte dos cerca de 500 delegados, entre trabalhadores e gestores da educação na capital, alunos e pais de alunos.
O motivo, segundo os participantes, foi a falta do diagnóstico sobre a educação em Belo Horizonte, o que inviabilizou a elaboração do Plano Municipal para o período 2016-2025. A conferência foi iniciada na última sexta-feira, após as pré-conferências, nos dias 18 e 19 de abril, nas nove regionais da capital.
O plano deve ser entregue até o dia 24 de junho ao Ministério da Educação, mas antes precisa ser aprovado na Câmara de Vereadores. O documento, se entregue até essa data, garantirá à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) R$ 60 milhões do governo federal.
Consequências
“Se o plano atrasar, ficam suspensas as transferências voluntárias à PBH. No caso, os R$ 60 milhões com os quais a prefeitura vai pagar a construtora Odebrecht pela Parceria Público Privada para construir escolas em tempo integral (Umeis)”, destacou o professor e vereador do PCdoB, Gilson Reis.
Segundo ele, o Plano Municipal de Educação é a garantia para que a PBH receba o dinheiro do MEC.
O secretário adjunto da Educação, Afonso Celso Renan Barbosa, afirmou que a secretaria e a comissão organizadora da 7ª conferência vão levantar os dados, que não foram apresentados pela PBH, a partir desta terça-feira, para subsidiar a continuidade dos trabalhos, “sem prejuízo das propostas já discutidas e aprovadas em outros grupos”.