Enfermeira foi agredida por mãe de paciente no Hospital Infantil João Paulo II, na segunda-feira (29); mulher acabou presa
(Freepik/Divulgação)
O caso da enfermeira de 52 anos atacada com uma agulha supostamente contaminada por HIV no Hospital Infantil João Paulo II na segunda-feira (29) chocou a população de Belo Horizonte e trouxe a dúvida sobre o risco de contaminação numa exposição desse tipo. A agressão foi cometida por uma mulher que acompanhava o filho, um bebê de três meses, no serviço de saúde. A criança já havia testado positivo para o vírus.
Coordenadora do curso de enfermagem da Faculdade Promove, Débora Cristina Gomes Pinto confirma a possibilidade de contaminação se alguém for furado por uma agulha nessas circunstâncias.
No entanto, destaca que quando a pessoa recebe a profilaxia pós-exposição (PEP) para HIV logo depois de ter contato com o vírus - providência tomada pela enfermeira -, a contaminação não acontece.
“Ela não está infectada, pois o vírus demora um tempo para entrar na célula. O objetivo da medicação é evitar que venha a ter a contaminação", conta.
O PEP pode trazer efeitos colaterais, como náuseas, dor de cabeça, vômito e outros sintomas. O prazo para a realização de profilaxia pós-exposição para o HIV é de até 72 horas.
Também enfermeira, a professora lamentou os frequentes casos de agressão nos serviços de saúde. Segundo ela, os profissionais se sentem inseguros nas unidades.
“Muitas vezes a população cobra algo que não depende da gente. Entendemos as dificuldades e a ansiedade pelo atendimento, mas agressões como essa só dificultam o processo e fazem com que outras pessoas desistam da profissão”, diz Débora.
Uma mulher foi presa em Belo Horizonte após ferir uma enfermeira de 52 anos com uma agulha supostamente contaminada por HIV no Hospital Infantil João Paulo II, da Rede Fhemig. O ataque ocorreu durante a coleta de sangue do bebê da mulher, que tem três meses e testou positivo para o vírus.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe teria retirado o material utilizado no procedimento e perfurado a mão da profissional. A mãe da criança, que é soropositiva, negou a agressão, alegando que retirou o acesso venoso do filho por considerar o procedimento inadequado e que arremessou a agulha ao chão em uma reação impulsiva, e não contra a enfermeira.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que a suspeita teve a prisão em flagrante ratificada pelo crime de praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio (previsto no Código Penal, artigo 131).
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