Série de depoimentos é apresentada para ajudar a esclarecer morte de Eliza Samudio

Milson Veloso e Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
26/04/2013 às 11:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:11

Uma série de depoimentos de testemunhas está sendo apresentada, nesta sexta-feira (26), para ajudar a esclarecer a morte da ex-modelo Eliza Samudio, no quinto dia de julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola". A leitura das peças que compõem o caso começou na manhã de hoje no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH.

O primeiro a ser lido foi o concedido pela atual mulher do goleiro Bruno Fernandes, Ingrid Calheiros, realizado no Rio de Janeiro. Ingrid alegou que havia sido intimidada pelo então advogado de Bruno e hoje defensor de "Bola", Ércio Quaresma. Uma gravação feita no consultório dela, que é dentista, comprovaria as ameaças.


Assistente social

Na sequência, foi apresentado o depoimento de Renata Caetano Araújo, analista técnico jurídico, que trabalhou como assistente social no Centro Socioeducativo São Benedito, onde o primo de Bruno Fernandes cumpriu medida socioeducativo. Ela foi ouvida em Tangará da Serra, no Mato Grosso, quando já estava exonerada do cargo.

Renata contou ter acompanhado o depoimento de Jorge Luiz Rosa e, segundo o documento, ele não foi coagido ou sofreu qualquer tipo de intimidação. Ela lembrou que Jorge dormiu, lanchou, almoçou e foi ouvido longamente.

De acordo com a assistente social, após o depoimento de Jorge Luiz, a família dele nomeou um advogado para o adolescente e o jovem teve acesso a esse jurista. Ela relembrou ainda que Jorge recebia visitas da mãe e da avó, mas não se encontrava com os acusados - isso era contra as normas do Centro Socioeducativo, onde nem mesmo primos eram liberados para visitar os internos.


Motorista de Bruno

Após a leitura desse caso, foi feita a leitura dos esclarecimentos prestados pelo ex-motorista do goleiro Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, concedidos por meio de carta precatória no dia 29 de junho de 2010. Ele contou nunca ter sido subordinado do atleta e sabia que os carros eram muito caros.

A testemunha contou que ouviu de Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, dizer "Eliza já era". Porém, o garoto estava bêbado e ele não perguntou sobre isso. Cleiton lembrou que Sérgio não tinha um bom relacionamento com Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", porque era ele quem cuidava dos negócios do atleta antes de "Macarrão".

Ainda de acordo com o ex-motorista, quando ele foi preso não sabia a razão da sua prisão. Ele disse que não foi agredido, apenas algemado, e soube posteriormente que o motivo seria o sumiço e suspeita de morte de Eliza.

Ele afirmou ter participado de uma festa promovida no sítio do goleiro, patrocinado pelo próprio atleta. Naquele dia, segundo ele, diferentemente do habitual, a casa do sítio ficou fechada. Bruno e "Macarrão" estariam preocupados com os constantes furtos que a casa vinha sofrendo durantes as festas.


"Babá" temporária

Outro peça exposta no Fórum é a de uma mulher que teria cuidado de Bruninho, identificada como Taiara, referente dia 29 de junho de 2010. Ouvida na Polícia Civil, ela contou não saber como o garoto, filho de Bruno, chegou até Dayane Rodrigues, ex-mulher do goleiro. Taiara cuidou da criança, mas pensava que o nome do bebê era Iuri. Somente depois ela soube, pela imprensa, que o garoto chamava-se Bruninho.


Jogadores do time 100%

Além dos depoimentos acima, foram lidos outros textos, de jogadores do time 100%. Um deles, Fernando Fernandes Rodrigues, disse ter conhecido o goleiro por meio do caseiro do sítio, em Esmeraldas, Elenílson Vitor da Silva. Segundo ele, nunca foi próximo de Bruno.

Tiago Henrique Fernandes, também da equipe, afirmou que a delegada Ana Maria dos Santos "berrou" com ele e que ele ficou assustado. Ela não teria informado que ele tinha direito a um advogado. Ele disse que não viu Fernanda Gomes Castro no dia da festa, no dia 8 de junho, no sítio de Bruno. Segundo a testemunha, a casa estava com as luzes acessas e não teria como alguém ficar preso lá, já que tinham várias janelas na casa e uma estrutura de cimento do lado de fora usada pelos jogadores para secar chuteiras.

Mais um jogador, identificado como Alessandro,  teria dito que Bruno era uma pessoa tranquila e nunca destratou ninguém. De acordo com o depoimento dele, o atleta era muito assediado pelos fãs e sempre tratava todos bem. Ele contou ainda que se sentiu intimidado pelos delegados Edson Moreira e Alessandra Wilke durante depoimento.

Veja também o que foi dito sobre a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes Castro, e acompanhe o julgamento de "Bola" ao vivo.

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