Projeto prevê reconstrução das escadarias de madeira e revitalização de mirante
Trecho tem 5,3 quilômetros e cruza um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte (Diego Lara)
A trilha da Crista, na Serra do Curral, será revitalizada e reaberta ao público em dezembro após ficar oito anos fechada. A visitação será feita de forma agendada e gratuita. Para quem não conhece, o trecho tem 2 quilômetros e cruza um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte.
A Prefeitura de BH assinou, nesta quinta-feira um termo de cooperação junto ao Instituto Serra do Cruz para reabertura da trilha, que terá as escadarias de madeira reconstruídas. O projeto também prevê a revitalização de um mirante e de uma portaria do Parque das Mangabeiras.
A requalificação será feita em três etapas, envolvendo revisão da estrutura, nova sinalização, monitoramento e segurança.
Será feita a revisão e adequação dos sistemas de combate a incêndio e implantação de escadas nos trechos de maior inclinação.
Responsável pelas obras, o diretor-presidente do Instituto Serra do Curral, Gustavo Ziller, estima que a recuperação da trilha seja finalizada até dezembro.
"Estamos com as obras de recuperação em andamento. Vamos reconstruir as escadarias de madeira, revitalizar as estruturas do Mirante 3 e da Portaria 2, no Mangabeiras, além de restaurar os equipamentos de proteção e de sinalização da trilha. Nosso objetivo é entregar a Travessia da Serra do Curral como um grande presente pra cidade, no Natal deste ano", afirmou.
O Instituto Serra do Curral ficará responsável pela produção da “Vertical Run Serra do Curral”, uma corrida de montanha anual com percurso de 12 km que passará pela Trilha da Crista, pelo Pico Belo Horizonte e pela área de preservação ambiental da Serra.
Aulas presenciais para alunos do ensino médio e fundamental de escolas públicas, além de atividades com o Clube de Escoteiros de Minas Gerais e a Federação Mineira de Montanhismo e Escalada serão oferecidas.
Também gratuitamente serão disponibilizadas aulas on-line sobre a história, a geologia e a importância da Serra, com total acessibilidade. Adicionalmente, serão implantadas miniestações meteorológicas ao longo da Trilha da Crista e em outros pontos da cidade, para a produção de dados que permitam demonstrar a influência da Serra do Curral nas condições climáticas de toda a região metropolitana.
Também poderão ser realizadas ações de tratamento e diagnóstico do lixo coletado durante o projeto ‘Hike Cata Lixo”, de forma a contribuir em ações que impeçam ou mitiguem ações poluentes na região.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que as atividades minerárias foram desativadas na Serra do Curral. No último dia 12 de setembro, durante uma audiência de conciliação na 11ª Vara Cível Federal, a empresa que minerava na área firmou compromisso de encerrar as atividades a partir do dia seguinte e a intenção de doar a área para a PBH.
O terreno será anexado ao Parque das Mangabeiras. A empresa terá que recuperar a área degrada no prazo máximo de 4 anos e encaminhar um plano de fechamento da mina à Agência Nacional de Mineração (ANM).
Desde o ano passado a PBH já vinha monitorando diariamente a Mina Corumi, resultando em ações de fiscalização e interdição das atividades. A PBH também notificou e multou a Empabra por crime ambiental. Para garantir o fim da mineração, o município ajuizou ação judicial, e entre liminares e recursos judiciais, saiu vencedor e garantiu a proteção da Serra do Curral.
Em agosto deste ano, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) aprovou, em reunião extraordinária, uma moção para a inserção da PBH nos processos de licenciamento de empreendimentos na Serra do Curral. O Conselho levou em consideração a relevância da Serra como patrimônio natural e cultural da capital, assim como a importância de sua preservação para a biodiversidade e o clima da cidade.
O termo tem validade de cinco anos, podendo ser prorrogado.
*Com informações da PBH