Os servidores administrativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (1º). A decisão foi tomada após assembleia realizada nesta manhã, no Campus da Pampulha, com cerca de 300 trabalhadores. Na próxima quarta-feira (3), a categoria se reúne na Escola de Engenharia para discutir os rumos do movimento. O Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes) informou que cerca de 30% dos técnico-administrativos da UFMG aderiram a greve, mas a adesão pode chegar a 80% nos próximo dias. Somente no Campus Pampulha trabalham 2.500 servidores administrativos. A UFMG foi procurada pela reportagem do Hoje em Dia mas, até às 16h30, não havia retornado com o impacto da greve no funcionamento da universidade. O Sindifes informou que a principal reivindicação da classe é a valorização dos técnicos, que segundo a coordenadora-geral do Sindifes, Cristina Del Papa, recebem um tratamento diferenciado na universidade. A categoria quer, ainda, revisão de escalas e carga horária de 30 horas semanais. O sindicato disse que o reitor Clélio Campolina Diniz está quebrando um acordo, assinado em 2012, referente a jornada flexibilizada dos trabalhadores, conforme decreto-lei 4.836 de 2003. Para o sindicato, a UFMG montou a comissão para discutir o assunto, mas não deu condições de trabalho para os servidores. “Estamos passando por um processo de invisibilidade e sofremos assédio moral dos professores”, afirma Cristina. Segundo ela, a universidade quer implantar um sistema de ponto eletrônico e obrigar os técnicos a baterem cartão, mas está abrindo exceção para outros profissionais que, por decreto, também deveriam realizar o procedimento, como é o caso dos professores de Educação Básica e Tecnológica. Os técnico-administrativos exigem, ainda, paridade na eleição de reitor, vice-reitor e diretores de unidade. “Hoje os professores têm 70% de peso e nós e os alunos temos 15 e 15%. Nós estamos pedindo peso de um terço para cada”, diz. Outra reivindicação da categoria é acompanhar a contratação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que irá substituir a mão de obra prestada atualmente pela Fundação Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). Segundo o Sindifes, a nova empresa irá contratar menos trabalhadores do que os mil que prestam serviço na Fundep e a categoria exige mais transparência, já que não têm acesso ao contrato.