(Sindibel )
Os servidores municipais da saúde da capital mineira fizeram uma paralisação na sede da Secretaria Municipal de Saúde, na manhã desta sexta-feira (8), devido ao atraso na revisão do plano de carreira, cargos e salários dos funcionários. Houve ainda um ato na porta da Prefeitura de Belo Horizonte contra a violência às mulheres – que representam 70% do funcionalismo público, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel) – neste Dia Internacional das Mulheres.
A violência sofrida pelas servidoras foi lembrada no ato de protesto por servidores usando nariz de palhaço e cartazes. “Muitas mulheres sofrem violência até mesmo do usuário que não compreendem a falta de estrutura que muitas áreas têm e o quanto isso compromete que o trabalho seja feito”, afirmou a presidente do Sindibel, Célia Lélis.
Protesto na porta da Secretaria Municipal de Saúde exigia revisão do plano de carreira, cargos e salários (Foto: Sindibel/Divulgação)
A paralisação, segundo o Sindibel, contou com cerca de mil servidores. “Tínhamos um compromisso desde quando foi firmado o reajuste salarial em 2011 para que em 2012 fossem montadas comissões para discutir a revisão do plano de carreira. As conversas foram interrompidas no período eleitoral e não retomaram até hoje, é um absurdo”, afirmou a presidente do Sindibel Célia Lélis. Algumas das comissões formadas discutiram a situação dos servidores das fundações e parques, da Sudecap e dos servidores da saúde. Ainda conforme o Sindibel os servidores da saúde recebem os piores salários praticados pela prefeitura. "Cerca de 15 mil servidores recebem menos de um salário mínimo e precisam do abono para completamentação do salário. Muitos garis e outros cargos de ensino fundamental recebem esse salário", afirmou a presidente. De acordo com ela, prefeituras de cidades como Nova Lima, Betim e Contagem, na Grande BH, possuem salários mais atrativos aos servidores.
Outra reivindicação dos servidores é a inclusão dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate à endemias no plano de saúde da PBH. Com o fim da Beprem, os servidores estão sendo atendidos em um plano co-participativo, que não tem agradado a todos os trabalhadores. “Os aposentados ficaram muito prejudicados com isso, já que eles usam mais o servidores”, segundo Célia Lélis. Além disso, eles reclamam que o plano não é extensivo aos cônjuges dos servidores municipais.
Uma audiência pública está marcada para o dia 19 de março às 9h30 na Câmara Municipal de Vereadores de Belo Horizonte para discutir o assunto. Por meio de nota, a PBH informou que já possui um grupo de trabalho, coordenado pela Secretaria de Planejamento para discutir a pauta de reinvindicações dos trabalhadores que inclui a revisão do plano de carreira. Segundo a PBH, os temas reinvindicados já estão em negociação. Além disso, a administração municipal garantiu reconhecer o direito dos servidores em fazer manifestação, mas entende que pelo fato de as negociações estarem em andamento, não há motivo para interrupção dos serviços, principalmente, por estarem em um momento de alta transmissão de dengue e os serviços estão muito solicitados. A prefeitura da capital mineira disse ainda na nota considerar os serviços de saúde essenciais.
Atualizada às 17h38.