Servidores do hospital Raul Soares protestam por melhores condições de trabalho

Luciano Dias
@jornucianodias
04/05/2020 às 11:41.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:25
 (DIvulgação/ Sindi-Saúde)

(DIvulgação/ Sindi-Saúde)

Funcionários do hospital Raul Soares, no bairro Santa Efigênia, região Leste de Belo Horizonte, realizam uma paralisação nesta segunda-feira (4). O protesto começou por volta das 8h e deve terminar às 14h. O ato, segundo os manifestantes, acontece com a escala de 30% dos trabalhadores para não prejudicar o atendimento dos pacientes.DIvulgação/ Sindi-Saúde 

Dentre as reivindicações, vistoria com maior regularidade da Vigilância Sanitária e elaboração de relatórios da direção do instituto que comprovem as medidas adotadas para a segurança das pessoas, além da manutenção de leitos psiquiátricos do Hospital Galba Veloso.

Os servidores também buscam o afastamento de quem está no grupo de risco, mas sem perdas salariais. Há ainda solicitações sobre a extensão de gratificação emergencial (concedida a médicos durante a pandemia) e representatividade no Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde da Covid-19.

O Instituto Raul Soares é um dos principais hospitais de Minas na execução de atividades de ensino e pesquisa na assistência aos portadores de sofrimento mental.

Resposta

Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) se pronunciou sobre a situação. Em relação à reivindicação de extensão da gratificação de emergência foi desenvolvido um Plano de Capacidade Plena (PCP). As ações propostas incluem aquisição de equipamentos, adequações físicas, remanejamento de serviços e a contratação de profissionais de saúde.

“Foi aberto um chamamento público para contratação emergencial de diversos profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Com exceção dos médicos, em todas as demais categorias houve interessados e classificados superior às vagas existentes, uma vez que o salário da Fhemig nestas categorias é bem superior à maioria dos hospitais públicos e privados”, diz o texto enviado.

No entanto, segundo a fundação, as vagas de médicos não foram preenchidas, já que outros processos seletivos, como na rede privada, oferecem remuneração superior à praticada pela Fhemig. Assim, houve a necessidade da equiparação do salário da categoria à existente no mercado. Foi criada, então, a Gratificação Temporária de Emergência em Saúde Pública (GTESP).

Sobre a reabertura do Hospital Galba Velloso, a Fhemig ressaltou que, em sintonia com o Comitê Estadual de Enfrentamento ao COVID-19, está planejando a rede de atendimento aos casos suspeitos e confirmados dessa doença. Diante disso, percebe-se a necessidade de expansão de leitos de terapia intensiva e de enfermaria.

O Hospital Eduardo de Menezes se transformou em unidade exclusiva para o atendimento da Covid (desde o dia 24 de março), com retaguarda no Hospital Júlia Kubitschek. Essas ações demandam o dimensionamento dos leitos na Rede Fhemig para garantir todos os atendimentos, não só do novo coronavírus.

Como existe uma baixa ocupação dos leitos psiquiátricos, foi identificada a possibilidade da transferência temporária dos pacientes do Hospital Galba Velloso para o Instituto Raul Soares

Ainda conforme a nota, sobre o afastamento imediato dos trabalhadores de grupos de risco sem perdas salariais, a Fhemig informou que foram adotadas medidas. Em especial, para os servidores que compõe o grupo de risco com adoção de regime de teletrabalho.

Sobre a questão das vistorias da Vigilância Sanitária, a Fhemig diz que não é o hospital que determina a periodicidade, mas que o órgão municipal também tem essa prerrogativa. "A “denúncia” nesses termos seria, portanto, totalmente infundada", informa a nota.

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