Servidores municipais retomam as atividades e prometem greve geral na 3ª

Álvaro Castro – Hoje em Dia
24/04/2013 às 16:05.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:07

Após um dia de paralisação em praticamente todos os setores, os servidores públicos  municipais de Belo Horizonte (PBH) retomaram às atividades nomalmente nesta quarta-feira (24). Contudo, está mantido o indicativo de greve geral para a próxima terça-feira (30), quando 100% do funcionalismo interromperá suas atividades por tempo indeterminado.

"Esperamos que a prefeitura apresente uma proposta satisfatória que atenda as nossas reivindicações para que evitemos a greve", disse a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Célia de Lelis. Durante uma audiência pública realizada na Câmara Municipal na terça-feira (23), o secretário de Planejamento, Orçamento e Informação, Leonardo Pessoa Paolucci, se comprometeu a marcar uma reunião com os sindicalistas até o fim dessa semana. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o compromisso está mantido, mas ainda não há data para o encontro.

Apesar da eminência de uma paralisação geral dos servidores municipais, a presidente do Sindibel não se mostrou muito otimista em conversa com a reportagem do Hoje em Dia. Ela espera que um proposta seja apresentada logo para tentar acabar com o que ela chamou de "intransigência da prefeitura". "Ainda não da para saber se a prefeitura apresentará uma resposta satisfatória. Espero que sim, pois a cidade passa por um momento dificil em todos os setores, e sabemos que isso compromete a população, especialmente na questão da saúde", disse.

Caso seja apresentada alguma alternjativa, ela será discutida em assembleia, que está marcada para às 9 horas na Praça da Estação, região central de BH, na terça-feira. Na última paralisação, 100% dos serviços de saúde tiveram funcionamento normal. em caso de greve, Célia de Lelis explica que apenas 30% dos serviços de urgência e emergência serão mantidos, conforme rege a legislação.

Reivindicações e posição da PBH

Os sindicalistas alegam que a receita líquida da prefeitura cresceu quase 150%, entre 2009 e 2012, contra um aumento médio de salários de 18%. O gasto com pessoal da PBH corresponderia entre 37% e 42 %. “Além dos salários, precisamos do compromisso, da definição de uma data-base e de uma política salarial previamente estabelecida, para que não tenhamos que todo ano fazer greve. Nós não fazemos greve porque a gente quer. Nós queremos é negociar, é que nossas reivindicações sejam aceitas”, disse Célia de Lelis. De acordo com a Lei de Responsabildiade Fiscal, a PBH pode direcionar até 54% de sua receita líquida para pagamento de pessoal.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de nota, explicou que diversos reajustes foram dados às categorias, constantemente maiores que a inflação do período. De 2007 a 2012, os servidores tiveram um reajuste médio de 55,92%, sendo que a inflação acumulada no mesmo período representou 39,83%, conforme dados do município.

O Executivo alega ainda que novas vagas foram abertas para suprir a demanda, com 18 concursos realizados e 4.487 postos criados, um aumento de 10% no número de servidores. Ainda isso, benefícios foram reajustados e parte dos funcionários têm plano de carreira, o que gera ganhos proporcionais ao tempo de casa e premiações por quinquênios. Concluindo a nota, a PBH afirma que quaisquer tentativas de paralisação prejudicariam o atual andamento da negociação e fecharia os canais que estariam abertos.

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