Sete em cada dez brasileiros vão consumir mais durante a Copa

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
03/07/2014 às 08:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:14
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A camisa amarela já está separada para os jogos do Brasil (e para os outros também). O dinheiro, reservado para a cerveja, o refrigerante e os tira-gostos. A Copa do Mundo, que atraiu milhares de turistas para o país e levou milhões de brasileiros às ruas, tem enchido o bolso dos comerciantes. Segundo pesquisa realizada pela SPC Brasil, sete em cada dez brasileiros têm gastos extras durante o evento.    Os refrigerantes são os mais citados, com 84% das intenções de compras, seguidos pelos salgadinhos e tira-gostos (50%), churrasquinhos (40%) e cervejas (39%).    A empresária Fernanda Machado ilustra bem a pesquisa. Ela, que assiste aos jogos na casa dos amigos, consome mais refrigerante e tira-gostos. Já o vendedor Henrique Spizziri assiste aos jogos com a namorada em bares e engrossa a lista dos que não dispensam uma cerveja gelada. “É um gasto que eu não teria se não fossem os jogos. Mas é um gasto que compensa”, diz.     Savassi   Leonardo Guimarães de Carvalho, que é proprietário do restaurante Laranjinha, localizado no quarteirão fechado da Pernambuco, entre Fernandes Tourinho e Cristóvão Colombo, na Savassi, comemora o aumento nas vendas. Durante os jogos, ele aproveita o ponto para vender cerveja, refrigerante, bebidas de dose, churrascos e porções variadas de estrogonofe, feijoada e tropeiro. O faturamento, segundo ele, dobra quando comparado com dias normais.   Em dias de jogos do Brasil, Carvalho vende, em média, 1.200 latões de cerveja, 350 churrasquinhos e 150 latas de refrigerante. Embora ele não tenha mensurado a quantidade de porções, no último jogo boa parte do que era oferecido esgotou. “Não comercializamos grande parte desses produtos no restaurante, mas vimos na Copa uma boa oportunidade de negócio. E deu certo”, afirma.    De acordo com a economista da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Iracy Pimenta, embora a entidade ainda não tenha feito um balanço de vendas, o aumento na receita dos empresários já era esperado, principalmente nos setores de alimentação e artigos esportivos. No entanto, ela afirma que está surpresa com o resultado que alguns lojistas têm tido na Savassi. “A percepção que temos é a de que os lojistas estão vendendo bem. Na Savassi as lojas de roupas e bares estão sempre cheios”, diz.      Confederação do Comércio estima faturamento de R$ 853 milhões   As vendas das lojas de produtos esportivos também estão aceleradas. Segundo pesquisa do SPC Brasil, 45% dos brasileiros têm intenção de comprar roupas e acessórios temáticos, como uniformes da seleção, camisas com as cores do Brasil, bonés, bandeiras, cornetas e vuvuzelas. Como reflexo, o faturamento de alguns estabelecimentos chegou a dobrar.    É o caso da loja Arquibancada, localizada na Avenida Brasil. Segundo a gerente, Nathália Santos, os brasileiros têm preferências pelos artigos da seleção, principalmente os oficiais da Nike, que já esgotaram. “Só não vendemos mais porque não tem. Todo mundo quer algo da Copa, nem que seja para guardar de lembrança. Muita gente compra por impulso”, comemora.    O representante comercial Paulo Henrique Silva passou em frente à loja e entrou. Resultado: acabou investindo R$ 99 em uma camisa retrô da seleção.   “Se não fosse a Copa, certamente eu não compraria. Mas como o Brasil chegou até aqui, vou assistir aos jogos com a camisa nova”, confessa otimista com o resultado da Seleção no próximo jogo, quando o Brasil enfrenta a Colômbia, na sexta.  Assim como Paulo, milhares de pessoas têm entrado em lojas de produtos esportivos diariamente, mesmo que só para dar uma “olhadinha”.    De acordo com levantamento realizado pela empresa de tecnologia de contagem de fluxo de pessoas Virtual Gate, a movimentação nesse tipo de loja cresceu 42% em junho na comparação com maio e 18% no confronto com igual mês de 2013.     CNC   Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), R$ 853 milhões serão injetados nas lojas de produtos pessoais e domésticos em decorrência da Copa do Mundo. Segundo a CNC, o crescimento nas vendas é estimulado principalmente pelos preços dos televisores novos, que caíram 64,9% desde a Copa de 2010.

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