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Gestão itinerante, para identificar a demanda de cada região mineira, e direcionamento de todo o efetivo para o setor operacional. Essas são as apostas do novo secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), o general da reserva Mário Lúcio Alves de Araújo, para melhorar o setor em Minas. De acordo com o chefe da pasta, o sistema prisional também terá atenção especial. Nesta semana, Araújo já realizou a primeira reunião com as forças de segurança do Estado, momento que ele já repassou as orientações de trabalho da nova gestão.
Confira nesta entrevista as propostas do secretário para a segurança pública em Minas e como ele pretende atuar em articulação com o governo federal.
Como o senhor foi recebido e qual ambiente encontrou ao assumir a secretaria?
Fui muito bem recebido por parte das corporações. O pessoal está bastante aderente e temos uma oportunidade de realizar um grande trabalho. Os desafios são enormes: gestão financeira, pendência do 13º do funcionalismo, mas tudo está sendo estudado e será informado. Meu papel é o de realizar interlocução entre os diversos órgãos de segurança e sistema prisional em nome do governador do Estado.
Qual foi a tônica desta primeira reunião?
A reunião de coordenação envolveu todos os segmentos e foi para marcar diretrizes e estreitar o relacionamento entre os novos chefes e comandantes, além de estabelecer formas de controle, aliado a outras questões. Aproveitei para falar sobre critérios de promoção, enfatizar em cima do mérito, privilegiando a segurança, condutas pessoal e profissional ilibadas. Isso precisa ser modelo de conduta para as diversas promoções, no sentido de blindar as corporações de influências laterais. Vamos aumentar o nosso estado de prontidão com foco na segurança a ser proporcionada para a população.
Algo para ser aproveitado do governo anterior?
Vamos ter um discurso e práticas de austeridade. Buscar a eficiência, eficácia e efetividade nas nossas ações. Vamos preservar tudo que deu certo no governo anterior e acrescentar, trabalhando nas áreas que precisam de energia. Priorizar o exercício funcional dos efetivos, colocar todo mundo na rua, nas operações, e ter a atividade meio, o mínimo necessário. Trabalhar em cima de projetos, processos, visando a prospecção e aplicação dos recursos públicos, integração dos diversos sistemas, melhoria do sistema de inteligência, integrar as capacidades em todos os níveis, particularmente entre as polícias Militar e Civil, que já têm um processo de integração.
O sistema prisional vive um momento delicado. Como o senhor pretende tratar as deficiências do setor?
A própria secretaria está passando por uma reformulação no sentido de criar a Secretaria de Segurança Pública abrangendo todas as estruturas de segurança e o sistema prisional na parte de prevenção e de administração prisional. O sistema prisional vai merecer especial atenção de minha parte e vou dedicar boa parte do mês de janeiro conhecendo os principais problemas e visando a melhoria contígua. Para o sistema prisional não existe solução mágica, não existe frase de efeito, o que nós estamos defendendo são soluções a médio e longo prazos, melhorando a parte da doutrina, das organizações, do material que o pessoal utiliza, da capacitação dos diversos agentes em todos os níveis, de uma política de pessoal voltada para os agentes penitenciários e na melhoria contínua da infraestrutura. Existem ações a serem implementadas no sentido de melhorarmos a cada dia. O desafio é muito grande, mas já temos que trabalhar nessa melhoria.
O que o senhor traz da experiência militar para este governo?
Com a minha experiência de 42 anos no Exército Brasileiro, vamos primar pelo cumprimento da lei e ambiente organizado, preservando o princípio da autoridade no exercício funcional de cada órgão. É isso que nós precisamos, e também levar muita atenção a todas as estruturas, notadamente na capacitação das pessoas para o seu exercício profissional.
Ter origem militar vai facilitar o diálogo com a União, já que o atual presidente e muitos dos que compõem o governo têm essa mesma origem?
Não diria que é por ser militar. O que existe é uma relação de confiança já estabelecida entre estes novos atores. O general Theophilo (Secretaria Nacional de Segurança Pública) foi meu parceiro no Exército em várias ocasiões. Os generais Santos Cruz (Secretaria de Governo), Floriano Peixoto (Secretaria Geral da Presidência), Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carbonel, Campos, enfim, têm a facilidade de ligação, mas isso não vai influenciar em prioridades. Pelo contrário. Todos os estados terão a mesma prioridade em função das suas necessidades. Apenas facilita o contato em função de uma relação já construída. Eles já me conhecem, sabem do meu compromisso com valores que nós aprendemos a cultuar desde a nossa formação, como a verdade, a responsabilidade, a lealdade, a probidade e o sentido maior de defesa da nossa pátria.