Só falta o sinal verde para demolir alça Sul de viaduto

Renata Galdino - Hoje em Dia
28/08/2014 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:58
 (Wesley Rodrigues - 12/7/2014)

(Wesley Rodrigues - 12/7/2014)

Mesmo anunciada pelo prefeito Marcio Lacerda para 14 de setembro, a implosão da alça Norte do viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I (Norte da capital), depende do resultado de uma audiência de conciliação entre o Executivo e o Ministério Público (MP). Um dos entraves é a falta de detalhamento do plano de demolição para os moradores da região.

A prefeitura promete apresentar a documentação na próxima terça-feira, data do encontro com o MP e a comunidade afetada pelo desabamento da alça Sul do elevado, que matou duas pessoas em 3 de julho.

A audiência de conciliação é o desdobramento de decisão judicial que, em 11 de agosto, barrou a demolição do elevado até que os moradores fossem envolvidos na discussão sobre o assunto.

A prefeitura recorreu, solicitando mais esclarecimentos sobre a liminar. Porém, o pedido foi negado na segunda-feira. As dúvidas, no entanto, não foram detalhadas pelo Executivo.

“Isso significa que continua valendo a suspensão da derrubada da alça até que sejam apresentados o plano de demolição e o laudo sobre a segurança e integridade dos imóveis, o que ainda não aconteceu”, frisou a advogada Ana Cristina Drummond, que representa os moradores dos condomínios Antares e Savana, situados ao lado da alça que ficou de pé.

Outro ponto que deve ser analisado, conforme Marcio Lacerda disse no início deste mês, é o laudo pericial da Polícia Civil. O documento, segundo a assessoria de imprensa da corporação, ainda não ficou pronto. O prazo expira em 7 de setembro.

O anúncio da data da implosão, feito pelo prefeito na noite de terça-feira, foi comemorado por quem vive no entorno do viaduto. “Quanto mais rápida for a solução, melhor para todos, o trânsito é liberado, o comércio volta ao normal, os moradores para casa. Mas queremos que a demolição seja de forma segura”, comentou o gerente Ronan Oliveira, membro da comissão de comerciantes afetados pela queda do viaduto. O processo de implosão não foi detalhado pela prefeitura.

Prefeitura vai cadastrar os imóveis na região

Imóveis localizados em um raio de 200 metros da alça Norte do viaduto Batalha dos Guararapes começarão a ser cadastrados pela prefeitura neste sábado, ação que faz parte do planejamento da demolição do elevado.

Ao todo, incluindo os apartamentos dos edifícios Savana e Antares, já listados, moradores e comerciantes de 350 a 400 edificações terão que deixar os imóveis no dia da implosão. Aqueles localizados a 50 metros do elevado serão previamente vistoriados. A medida é necessária para identificar possíveis avarias após a demolição do viaduto.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas Alves, os trabalhos de implosão e remoção dos escombros devem durar uma semana. Nesse período, apenas os moradores dos blocos 3 do condomínio Savana e 8 e 9 do Antares terão que permanecer fora das moradias. “Por causa do barulho, da trepidação e da poeira”, afirmou o coronel.

A esses moradores serão oferecidas estadias em hotéis. No levantamento da prefeitura, 34 famílias teriam que deixar os apartamentos. Desde o dia 27 de julho, 26 delas estão vivendo em um hotel no bairro São Cristóvão, região Noroeste da cidade.

Primeira audiência acontece na terça (2/9)

A audiência de conciliação entre o Ministério Público e a prefeitura será a primeira das duas reuniões previstas
para acontecer na próxima terça-feira sobre o assunto.

O encontro, marcado para às 9h no Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, será mediado pelo juiz da 4ª Vara da Fazenda Municipal, Renato Luís Dresch. A comunidade do entorno do viaduto foi autorizada a participar, uma vez que poderá esclarecer as dúvidas sobre o processo de demolição.

No mesmo dia, à noite, representantes da prefeitura se reúnem com os moradores e comerciantes que serão afetados pela demolição. O local do encontro ainda não foi definido. “Serão detalhados a forma de demolição, como será o isolamento da área e outras informações visando esclarecer todas as dúvidas deles”, informou o coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas Alves.

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