(Gledson Leão/Hoje em Dia)
Nos últimos dias, moradores de Belo Horizonte se depararam com um tom avermelhado no sol. Apesar do cenário de encher os olhos, a situação pode indicar riscos à saúde. O motivo para esse fenômeno vem do resultado de um grande número de incêndios na região metropolitana, assim como o tempo seco e a poluição.
De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, o fato é comum na região durante o outono e o inverno. "Nessas estações do ano, podemos falar que a atmosfera está mais calma, com menor incidência de ventos. Isso facilita na percepção de uma cor diferente no sol de manhã e no fim da tarde", afirma.
O especialista conta que as moléculas de sujeira, que envolvem a fumaça dos incêndios, e a baixa umidade, estão mais concentradas na atmosfera durante esse período. Elas impedem a passagem de ondas mais curtas da luz, em cores como azul, amarelo e verde. Ao mesmo tempo, as ondas de maior comprimento, como vermelho e laranja, passam pela barreira e formam o cenário observado em BH.
"Quanto mais azul for o céu, maior é o sinal de que a atmosfera está limpa. A situação atual é muito preocupante para a população, pois pode causar problemas respiratórios e de pele, por exemplo", alerta o meteorologista.
Efeitos em Minas
A capital vem sendo castigada pelos efeitos do tempo seco há alguns dias. No domingo (5), cerca de dez hactares do Parque das Mangabeiras foram destruídos por um incêndio, controlado após mais de 12h de trabalho dos Bombeiros.
Na Serra de São José, no Campo das Vertentes, foram necessários quatro dias de ação e cerca de 50 homens para controlar outro foco das chamas. A estimativa é que cerca de 800 hectares da área de preservação ambiental tenham sido consumidos.
Nesta sexta-feira (10), a Defesa Civil da capital emitiu alerta para altas temperaturas e baixa umidade do ar, que pode chegar a 15% durante a tarde.
Confira as recomendações da Defesa Civil: