(Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
Pesquisadores da Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações identificaram pela primeira vez em Minas a presença da sub-linhagem da variante Ômicron, da Covid-19, intitulada BA.2. A amostra foi colhida de um morador do município de Belo Oriente, na região do Rio Doce, em Minas Gerais. A confirmação saiu na última sexta-feira (11), mas a notícia só foi divulgada nesta segunda (14).
A sublinhagem tem preocupado especialistas e autoridades de saúde, porque o vírus se "esconde" nos exames PCR-RT, quando comparada com a sua "mãe", a BA.1 (versão original da Ômicron).
Um relatório publicado pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UK Health Security Agency, em inglês) mostra que a nova cepa tem algumas diferenças, o que torna sua disseminação mais rápida e mais difícil de se detectar. Ao todo, 40 países já catalogaram o sequenciamento da BA.2 desde novembro de 2021.
De acordo com a agência britânica, o que faz com que a Ômicron BA.2 não seja detectada nos exames PCR é uma mutação na proteína Spike, a parte do vírus responsável por se conectar às células humanas. Mesmo assim, o relatório afirma que as vacinas existentes continuam eficazes e que é necessária a terceira dose.
A descoberta da Ômicron BA.2 em Minas foi feita pelo Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (Vigem-MG), iniciativa de vigilância genômica com o objetivo de monitorar as variantes do SARS-CoV-2 no estado de Minas Gerais.
Fazem parte do observatório membros da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Laboratório de Biologia Integrativa da Universidade Federal de Minas Gerais (LBI-UFMG), Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da UFMG (NUPAD-UFMG) e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
O Hoje em Dia conversou com o epidemiologista e mestre em infectologia José Geraldo Ribeiro Leite para entender a relevância dessa sub-linhagem. Conforme o especialista, até o momento, catalogar a BA.2 é importante para a vigilância epidemiológica, principalmente para entender como o vírus se comporta.
Do ponto de vista clínico, sobre os efeitos que a sub-variante gera no corpo humano o infectologista afirma que ainda é muito cedo para se fazer uma constatação. "Até o momento nós não percebemos nenhuma mudança muito significativa nos sintomas das pessoas que foram infectadas pela BA.2", conclui.
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