SUS oferece acupuntura, homeopatia e até ginástica chinesa em BH

É fácil reclamar do Sistema Único de Saúde, mas não dá trabalho algum encontrar quem se derrame em elogios a ele. Basta percorrer postos de saúde e demais unidades espalhadas por Belo Horizonte. O SUS que dá certo oferece uma infinidade de atendimentos que muita gente desconhece, e esse é o tema da última matéria do Hoje em Dia sobre os 25 anos do serviço. Afinal, você sabia que acupuntura, homeopatia, medicina antroposófica, terapia comunitária integrativa e até mesmo lian gong, uma ginástica chinesa, estão disponíveis na rede pública?   No Instituto de Terapia Renal (ITR), na capital, o atendimento via SUS faz tanto sucesso que o jeito é os funcionários se desdobrarem para dar conta do número de pacientes. No país, 84% das pessoas que dependem de diálise têm o tratamento bancado pelo governo.    Demanda   A unidade do Hospital Evangélico atende a 900 pessoas pelo SUS em dois núcleos e trabalha na capacidade máxima, mesmo após duas reestruturações, em 1999/2000 e 2004. A má notícia é que muita gente ficará de fora, pois estimativas mostram que Minas vai precisar de mais 2 mil vagas para doentes renais em dois anos.   Quem passa diante do número 4.788 da avenida do Contorno, no Funcionários, em BH, tem a atenção despertada por kombis e micro-ônibus em frente do prédio do ITR. O mesmo ocorre na rua Reginaldo de Souza Lima, no bairro Bernardo Monteiro, em Contagem: um entra e sai de pacientes para fazer hemodiálise ou diálise peritonial. Os veículos estão lá porque 40% da clientela vem da Grande BH e cidades próximas.   Dá para melhorar   Hoje, a ampliação do atendimento é a grande preocupação, diante do espantoso aumento do diabetes. “A principal causa é a maior expectativa de vida da população e a elevação do poder aquisitivo. Há mais diabéticos devido à obesidade, ao sedentarismo e à hipertensão”, diz a médica nefrologista Lilian do Carmo, responsável técnica do ITR. “Os doentes têm três opções: o transplante, a hemodiálise ou a diálise”.    Para o serviço ser mais bem-sucedido, porém, é necessária a ajuda dos servidores do SUS na atenção básica. “Falta informação à população e, em muitos casos, ao pessoal técnico dos postos de saúde. Quando os doentes chegam aqui, muitos estão cegos ou com membros amputados”.   Diálogo   Por isso, a médica defende que o governo federal treine os funcionários dessas unidades para que os diabéticos sejam diagnosticados a tempo.   “Para se medir o quanto é importante a assistência prestada via SUS, basta dizer que os planos de saúde que cobrem hemodiálise são os mais caros”, completa o nefrologista André Nogueira, também do ITR.    "Se o sistema acabar, estaremos perdidos"   O administrador de empresas Sérgio Magela Pereira, de 76 anos, sempre teve como hobby pescar no pantanal mato-grossense. Até que começou a perder força e apetite e emagreceu 12 quilos. Um nefrologista constatou o pior: um rim não funcionava mais e o outro, só 10%.    “Se tiver que fazer hemodiálise, prefiro morrer”, avisou. Preocupado, o filho de Pereira sugeriu procurarem o ITR do Hospital Evangélico. “Foi a minha salvação”.    Agora, ele faz diálise peritonial em casa, sob a supervisão do instituto. Embora pague R$ 600 pelo plano de saúde, toda a assistência vem do SUS, inclusive o aparelho de diálise e dezenas de bolsas de solução de glicose entregues em casa.    “O tratamento é igual para todos, sempre com o mesmo respeito. Se o SUS acabar, estaremos perdidos”, diz Pereira, que não precisou abrir mão das viagens. “Entregam as bolsas de insulina onde eu estiver, porque há um cadastro nacional dos doentes”.   Transplantes e remédios de ponta   O Hospital Evangélico é uma das principais unidades de transplante de rins do país. Faz 30 procedimentos por ano, em média.    “O SUS paga tudo e tem funcionado muito bem, com medicação de ponta”, diz a nefrologista Lilian Carmo, que lamenta apenas o baixo número de doadores do órgão.      Leia mais na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/login/93