Uma mulher é a principal suspeita de assassinar a mãe adotiva com chumbinho na última terça-feira (14) no bairro Salgado Filho, Região Oeste da capital mineira. O crime só foi revelado pela Polícia Civil nesta quinta (16).
Segundo equipe de Plantão do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, a ocorrência iniciada como desentendimento terminou com a prisão em flagrante da suspeita de 47 anos.
No local, a filha da vítima informou que estava sendo proibida de entrar na casa pela mãe e desconfiava ter acontecido algo com a avó, que estava sob os cuidados da suspeita.
Na delegacia, no entanto, ela admitiu que a mãe havia consumido chumbinho (produto utilizado para matar ratos), acidentalmente, e que o corpo estava no interior da residência.
Histórico de agressões
Testemunhas relatam que a suspeita já tinha extenso histórico de maus tratos contra a mãe. Ela é suspeita, inclusive, de se apropriar indevidamente da aposentadoria recebida pela mãe.
A mulher irá responder por homicídio, tendo como qualificadores o motivo torpe, o feminicídio e o emprego de veneno, além do crime de ocultação de cadáver. Exame toxicológico irá atestar a natureza da substância consumida pela vítima.
O crime
Segundo a suspeita, a casa em que a mãe morava estava infestada de ratos. Por essa razão, ela teria moído pequena quantidade de chumbinho e o colocado em um pedaço de queijo, isca deixada sobre a mesa na casa da mãe. Aparecida e Adeir moravam em residências construídas em um mesmo lote.
De acordo com ela, a mãe a teria procurado à noite relatando fortes dores no estômago. Foi quando percebeu que a mãe havia consumido o queijo deixado sobre a mesa.
Após a morte da mãe, a mulher teria ainda limpado o corpo da vítima e o escondido em um banheiro da casa que estava em reforma. A fim de disfarçar o local, a suspeita usou roupas e caixas em frente à porta do cômodo.
A suspeita alega que não acionou socorro médico por medo de não acreditarem em sua versão, tendo em vista as diversas denúncias de maus tratos. A intenção, de acordo com ela, era ganhar tempo até conseguir contato com um advogado.
Para o delegado Delmes Rodrigues, responsável pela ratificação do auto de prisão em flagrante, a filha foi negligente ao não acionar atendimento médico quando percebeu que a mãe havia consumido o veneno.
O chefe do Departamento de Investigação, Osvaldo Wiermann, reforça que o fato da suspeita ter banhado o corpo da mãe deve-se, sobretudo, aos efeitos causados pela ingestão da substância tóxica, que pode provocar sudorese, vômito e diarreia.