Suspeita de matar bebê encontrado em congelador no Barreiro é ouvida pela polícia e detalha o caso

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeemdia.com.br
02/12/2021 às 17:51.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:11
Suspeito foi localizado na residência investigada e detido (Polícia Civil/Divulgação)

Suspeito foi localizado na residência investigada e detido (Polícia Civil/Divulgação)

A mulher suspeita de matar o recém-nascido encontrado dentro de um congelador, na região do Barreiro em BH, na última quarta-feira (2), foi presa e a Polícia Civil revelou detalhes do caso, nesta quinta-feira (2), em entrevista coletiva. 

Segundo os policiais, a mulher tem 30 anos e é da Bahia. Ela já tem dois filhos e estava grávida do terceiro. Como não desejava dar luz a criança, procurou um meio de abortar.

Após ter dado duas versões diferentes, em que dizia ter sofrido um aborto espontâneo e ter tomado um chá para encerrar a gravidez, a suspeita confessou aos policias que procurou na internet por um medicamento para dar fim à gestação.

Ela comprou o medicamento popularmente conhecido como Cytotec na Praça 7, hipercentro da capital, e foi conduzida por quem a vendeu o remédio até um hotel da região. 

No quarto de hotel, ela tomou a medicação, deu luz ao bebê e, em seguida, desmaiou. Ao acordar, contou que a criança já estava sem vida e que descartou a placenta no vaso sanitário. Depois embalou o corpo em uma cinta, que usava para esconder a barriga durante a gravidez, e em sacos plásticos pretos.

Ao retornar para a vizinhança, a mulher entregou o embrulho com o corpinho do bebê a uma vizinha e pediu a ela que guardasse na geladeira por se tratar de um pedaço de carne. Em conversas de WhatsApp, a Polícia Civil teve acesso a diálogos em que a vizinha perguntava à suspeita sobre quando iria pegar a “carne” de volta, mas a resposta era sempre protelatória.

Cerca de um ano depois, a vizinha resolveu retirar o embrulho do congelador e se assustou quando viu o pé de uma criança. Evangélica, ela ligou para o pastor para saber como proceder. O religioso, que é policial militar reformado, orientou a mulher sobre os procedimentos que deveria tomar e que terminaram com a prisão da suspeita.

De acordo com a Polícia Civil, a criança tinha formação pulmonar completa, cerca de 2,5 kg, 48 cm de altura e idade entre 35 e 37 semanas. É possível que ela tenha nascido viva e morrido por hemorragia, já que o cordão umbilical não foi amarrado, ou hipotermia.

As investigações permanecerão para identificar, entre outras informações, se a suspeita realmente fez uso do medicamento abortivo e se o bebê chegou a respirar fora do útero. A mulher segue presa sob acusação de ocultação de cadáver.

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