(Reprodução/Facebook)
Desde 2017, a agente de combate de endemias Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, foi pelo menos cinco vezes à delegacia denunciar o companheiro por ameaças e agressões. Neste período, por três vezes a Polícia Civil pediu à Justiça medidas protetivas. Em março deste ano, devido à reincidência das ameaças e agressões, foi solicitada a prisão preventiva do homem, que foi negada pela Justiça.
A juíza Maria Aparecida Teresa Consentino, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Belo Horizonte, no entanto, negou que a Polícia Civil tenha pedido a prisão preventiva do suspeito por descumprimento de medidas protetivas. Segundo a magisrada, o pedido feito pelas delegadas que atuavam no caso havia ocorrido porque o homem havia divulgado fotos da vítima em um perfil falso na internet, o que não cabe prisão.
Tereza foi assassinada a tiros, na noite desta segunda-feira (29), junto do filho, quando voltava da academia, no bairro Ipiranga, região Nordeste da cidade. Foragido, o suspeito do crime, segundo a Polícia Civil, é perigoso e tem um perfil que já antecipava uma tragédia. Outras duas mulheres já o haviam denunciado por ameaças em relacionamentos anteriores, em 2007 e 2014.
Desde janeiro deste ano havia uma medida protetiva para que ele não se aproximasse de Tereza. Mesmo assim, só em abril, quando foi detido após mais uma denúncia da agente de saúde, é que os policiais conseguiram que ele fosse informado oficialmente da decisão.
É que, desde o início deste ano, segundo a delegada Isabella França, da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), ele fugia dos policiais que tentavam intimá-lo para depor e também dos oficiais de Justiça, que tentavam comunicá-lo da proibição de se aproximar da vítima.Bruno Inácio/Hoje em Dia / N/APolícia Civil investiga morte de mãe e filho em Belo Horizonte
“As medidas protetivas foram deferidas em fevereiro pelo Poder Judiciário. Houve uma dificuldade em localizar o agressor, mas esse agressor tomou conhecimento sim (em abril) de que essas medidas haviam sido deferidas.”, afirmou a investigadora. Por causa dessa dificuldade em localizá-lo, ele não pôde ser preso por descumprir a medida. “Para configurar o crime de descumprimento das medidas protetivas é imprescindível que ele tenha sido citado (comunicado) anteriormente”, completou a delegada.
Segundo França, foram pelo menos quatro denúncias feitas por Tereza, uma em novembro de 2017, e outras três, em janeiro, fevereiro e abril de 2019.