Há dez dias acampados na porta do Palácio das Mangabeiras, os professores da rede estadual de ensino planejam lançar nesta semana uma série de atividades pedagógicas. Durante o fim de semana, eles também organizaram bate-papos e debates sobre temas que envolvem a educação em Minas e no Brasil. Eles ainda aguardam uma resposta do governo de Minas para as seguintes reivindicações: descongelamento da carreira, pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional e negociação da pauta de reivindicações, conforme representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE). Nesta segunda-feira (9), uma comissão de educadores de Uberaba, no Triângulo Mineiro, se reuniu ao acampamento – que tem funcionado em esquema de revezamento entre os professores. Será lançada, na quarta-feira (11), a comissão nacional da verdade e memória – um projeto da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que trata do período da ditadura militar no Brasil. Um grupo de trabalho da Assembleia Popular Horizontal fará uma reunião na porta do Palácio das Mangabeiras para discutir os rumos das mobilizações sociais em Belo Horizonte. O encontro está marcado para a quinta-feira (12). Na sexta-feira (13), uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai discutir a violência contra os professores, junto com os educadores presentes no acampamento. Um plebiscito popular está sendo organizado por vários grupos populares para pedir a redução da tarifa de energia da Cemig. “A gente deve reunir até mil pessoas no acampamento”, afirmou a coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira. Segundo a diretora estadual do Sind-UTE, Denise Romano, o acampamento também tem um caráter de denúncia. “O governo de Minas não investiu os 25% diretamente na educação, o que é inconstitucional. Fizemos as contas e verificamos que o governo deixou de investir R$ 8 milhões na área”, afirmou. Denise alerta ainda que há um déficit de um milhão de vagas no ensino médio em Minas Gerais. “Se todos os jovens em idade escolar estivessem cursando o ensino médio não haveria vagas para todos. As escolas estão sucateadas e os professores doentes e empobrecidos”, contou a diretora. A categoria cobra ainda o cumprimento do acordo firmado em 2011, quando os professores fizeram a maior greve da história do Estado, que durou 112 dias. Veja o vídeo produzido pelo Sind-UTE sobre o acampamento: