(TATIANA FORTES/ GOV. DO CEARÁ)
A incidência da Covid-19 caiu 34% em Belo Horizonte em pouco mais de dois meses. Os números sugerem que o vírus está circulando menos na comparação com a segunda quinzena de março. No entanto, mantém-se bem longe do ideal, com 395 casos para cada 100 mil habitantes, indicando que não é o momento para relaxar nas medidas de proteção.
Conforme dados do boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, o índice era de 598,9 em 24 de março. Segundo o infectologista Estevão Urbano, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de BH, o número precisa chegar a 100 para que o risco de transmissão seja considerado baixo.
Para o especialista, a atual redução é uma possível consequência da imunização dos grupos prioritários. Além disso, ele acredita que também pode ser um reflexo da maior adesão ao uso de máscara e menos aglomerações. “A incidência continua alta, então não muda absolutamente nada. Se parar de cumprir as medidas, volta tudo, rapidamente explode de novo”, avaliou o médico.
Apesar da diminuição, Estevão acredita que, em duas semanas, os números poderão voltar a subir por conta do feriado prolongado de Corpus Christi, na última semana. “O momento ainda é muito grave, e esse feriado pode gerar mais contágio e muitas mortes”, avaliou.
Segundo a PBH, 214 mil belo-horizontinos se infectaram pelo coronavírus desde o ano passado. Desses, mais de 5 mil evoluíram para óbito. Ao mesmo tempo, 892 mil pessoas foram contempladas com a primeira dose da vacina, sendo que 401 mil já receberam o reforço.
Indicadores
Dois dos três indicadores que avaliam a pandemia em BH apresentaram queda nessa segunda-feira. Até a semana passada, o número médio de transmissão por infectado, o Rt, estava em 0,95 - hoje, é de 0,94, ainda na faixa verde.
A taxa de ocupação das terapias intensivas exclusivas para os pacientes diagnosticados com o coronavírus também diminuiu, saindo de 80,5%, na sexta, para 75,7%, ontem, mas segue no nível vermelho.
Já a utilização das enfermarias seguiu o caminho inverso, subindo de 61,3% para 62,2%, e se mantém na zona amarela, considerada intermediária.