Taxa de mortalidade infantil diminui 25% em Minas Gerais

Ernesto Braga - Hoje em Dia
24/03/2013 às 07:55.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:12
 (Dione Afonso)

(Dione Afonso)

Em sete anos, a taxa de mortalidade infantil diminuiu 25,5% em Minas. Caiu de 17,5 mortes por causas naturais (para cada mil nascidos vivos), em 2003, para 13,08, em 2010. Em 2014, a meta da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é reduzir o índice para 10,61 óbitos de crianças com até 1 ano por grupo de mil recém-nascidos. Para alcançar esse objetivo, proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi anunciado investimento para reverter quadros de prematuridade, infecções, asfixias e malformações congênitas, principais causas da mortalidade infantil. Serão criados, por exemplo, 145 novos leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal e pediátrico.   Sul de Minas   O desafio da SES será reduzir o número de mortes em regiões do Estado que, segundo avaliação da própria secretaria, contam com mais estrutura na rede pública de saúde. No ano passado, das 1.046 mortes de crianças nessa faixa etária registradas pela Superintendência de Epidemiologia, a maioria foi no Sul de Minas: 320, ou 22,7%. Com 29 casos, Pouso Alegre aparece no topo do ranking.    Com 214 óbitos (15,2%), a Zona da Mata também ficou na frente de regiões mais pobres. O Norte de Minas teve 169 (12%) e os vales do Jequitinhonha e Mucuri, 101 (7,1%). “Faço a seguinte pergunta: Será que o Sul de Minas, com toda a estrutura que tem, não poderia produzir resultados mais expressivos na redução da mortalidade infantil?”, questiona a médica Maria Albertina Santiago Rego, referência técnica em Saúde da Mulher e da Criança da SES.   Ela não descarta, no entanto, a possibilidade de a mortalidade infantil ser mais expressiva no Sul de Minas e Zona da Mata pelo fato de essas regiões registrarem maior quantidade de nascimentos. “Por esse motivo, o ideal é trabalharmos com a taxa, que é mais demonstrativa”, diz a especialista.    O secretário de Saúde de Pouso Alegre, Luiz Augusto Faria Cardoso, lembra que o município é referência em saúde para uma população de quase um milhão de pessoas, de 55 cidades do entorno. “A demanda por UTI neonatal é muito grande. Para reduzir os números de mortalidade infantil, precisamos que o Estado dê mais suporte”, afirma.    Subnotificação   A taxa de mortalidade é baseada na quantidade de óbitos de crianças com até 1 ano, número que é dividido pelo total de nascidos vivos. Em seguida, o resultado é multiplicado por mil. “Não podemos desconsiderar a possibilidade de haver um número maior de mortes nos municípios mais pobres e alguns casos não estarem sendo notificados”, afirma Maria Albertina.
  Segundo a presidente do Comitê de Reanimação Neonatal da SMP, Vanessa Devitto Miranda, 60% das mortes ocorrem até o sétimo dia de vida. “É a chamada mortalidade neonatal, e 68% desses óbitos são causados por asfixia. Fazemos um trabalho no interior para diminuir essa estatística”. (Com Margarida Hallacoc).   Leia mais na Edição Digital

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