Na casa de Djalma Trancoso, toda a água disponível agora cabe em um galão de 20 litros (Valéria Marques)
Mesmo antes da confirmação do rodízio de abastecimento na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), famílias já enfrentavam falta d'água, sem saber o que fazer.
Nesta terça-feira (8), a Copasa informou que meio milhão de pessoas terão que se planejar para ficar sem água, em plena pandemia, por intervalos de 24 horas até 20 de março. O rodízio no abastecimento vai afetar a capital e sete cidades da Grande BH. Uma obra da Copasa devido ao rompimento de uma adutora obrigou a medida.
O aposentado Djalma Trancoso, de 72 anos, vive sozinho com a esposa. Na casa dele, toda a água disponível agora cabe em um galão de 20 litros. Sem condições de fazer um estoque, ele vem comprando galões para as tarefas do dia a dia, mas não saberá como lidar com a situação daqui para frente.
"Estou sem água desde sábado, estamos economizando ao máximo. O que sobrou agora foi nosso último galão, mas ele precisa servir para tudo, desde beber até tomar banho", conta.
Os idosos têm duas caixas d'água em casa, no bairro Landi Segunda Seção, em Ribeirão das Neves. É mais que quase todos os moradores da região, mas não representa segurança. Ambas estão vazias.
"A louça e a roupa estão durando dias, porque não podemos colocar para lavar assim. Nosso banho então, é 'banho de gato', sem nem lavar o cabelo", pontua.
Para comer, o aposentado afirma que ainda é possível se virar. A família vem cozinhando "em grandes quantidades, para render mais e não precisar de muita água". Mesmo assim, é usada a água mineral, o único e último recurso da família depois que as torneiras secaram.