(Maurício de Souza)
Pelo menos cinco notificações de aparecimento de escorpiões chegam por dia ao Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde (SMS) de Belo Horizonte. No último mês, foram 150 chamados. Em alguns bairros, encontrar o animal peçonhento virou rotina.
A administração regional com a maior incidência de registros de encontro de escorpiões é a Centro-Sul, seguida pela Nordeste e a Pampulha. No ano passado, foram 1.731 ocorrências, comunicadas pelo telefone 156, da PBH.
Apenas no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII foram registrados 1.234 atendimentos a vítimas de picadas de escorpião em 2012. Em janeiro deste ano, as vítimas chegaram a 17, segundo a SMS. Duas crianças morreram na Grande BH em decorrência dos ataques.
No ano passado, a região de BH com o maior número de acidentes com escorpiões foi a Noroeste, com 140 casos, seguida pela Nordeste, com 138. No total, a SMS registrou 599 ocorrências em 2012.
A gerente de controle de zoonoses da SMS, Silvana Tecles, diz ser provável que muitas pessoas encontrem o animal mas deixem de comunicar o fato à prefeitura.
O aparecimento do bicho está ligado ao calor e chuvas. “Quando há oscilações de temperatura ou chuva, ele deixa o abrigo”, explica.
Praga
O churrasqueiro Paulo Roberto Diniz da Silva, de 36 anos, é subsíndico de um condomínio no bairro Juliana, na região Norte, e diz que escorpiões no local são comuns.
“Começou de dois meses para cá e todos os dias achamos pelo menos dois. Vamos dedetizar os prédios por conta própria”, afirma.
Em Minas, o tipo mais comum de escorpião é o mais venenoso do Brasil, o Tityus serrulatus, também conhecido como amarelo.
O coordenador da unidade de toxicologia do Hospital João XXIII, Délio Campolina, diz que o inseto é considerado uma praga urbana.
“Quanto mais populoso o local, maior a tendência do aparecimento. Eles se alimentam de outros insetos e vivem em ambientes fechados”, explica.