(Wesley Rodrigues)
Com o tema “Democracia é respeitar a identidade de gênero: não nos apaguem com política”, a 19º Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte levou 50 mil pessoas à concentração na Praça da Estação, na tarde deste domingo (17), segundo os organizadores.
Este ano, o Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual (CELLOS-MG), que coordena o evento, colocou em destaque as exclusões e violências sofridas pela população trans e travesti e a ameaça que os poucos direitos que foram conquistados sofram retrocessos no cenário político atual. Pela primeira vez foi estendida uma bandeira nas cores de lilás e azul, fazendo uma referência ao movimento ligado à transexualidade
“O trans é o que mais sofre preconceito e que tem os maiores índices de assasinato”, disse a presidente do Cellos-MG, Anyky Lima, travesti de 61 anos que é referência na luta LGBT de Belo Horizonte. Ela mesma ajudou a costurar a nova bandeira.
Muitas pessoas carregavam cartazes com os dizeres “Amar Sem Temer”, dando à parada um tom político.
Thiago Costa, um dos organizadores do evento, criticou a extinção do Ministério dos Direitos Humanos depois que Michel Temer assumiu como presidente da República interinamente. “Estamos aqui para lutar contra a retirada de políticas públicas e direitos LGBT”, afirmou.
Por trás da alegria da roupa, toda feita por ela, a artista plástica Perfect carrega uma vida contra o preconceito. “Venho todos os anos. Temos que batalhar para não permitir que nos coloquem de volta ao armário”, disse.
História
A Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte ocorre desde 1998 e é considerada a maior manifestação popular de massa de caráter social de Minas Gerais, uma das mais antigas do país e a cada ano tem crescido e aumentado o número de participantes. O Brasil registra mais de 26 mil assassinatos de homossexuais por ano, segundo o Grupo Gay da Bahia.