(Marcelo Prates/Hoje em Dia)
O caminho está livre para a construção de um empreendimento imobiliário de grande porte no quarteirão das ruas Congonhas e Leopoldina, no bairro Santo Antônio, zona Sul de Belo Horizonte. A prefeitura cassou o alvará de funcionamento dos dois últimos estabelecimentos comerciais que funcionavam no local e que impediam o início das intervenções. Ainda não há, porém, previsão de quando as obras serão iniciadas.
No local, onde deverão ser construídas de uma a quatro torres com 27 andares cada, estão 13 casas tombadas pelo patrimônio municipal. As residências serviram de cenário para o filme “O Menino Maluquinho”, gravado em 1995.
Os imóveis deverão permanecer no local e serem restaurados de forma a garantir as características originais, a exemplo de outras dezenas de bens que passaram pela mesma situação na capital. É o caso da Villa Inhá, na rua Floresta, no bairro de mesmo nome, e de dois prédios construídos nas ruas Hermílio Alves (Santa Tereza) e Maranhão (Santa Efigênia).
Sem resposta
Segundo a Fundação Municipal de Cultura (FMC), as casas do Santo Antônio pertencem a duas pessoas. Um contrato estabelecido entre elas e a construtora prevê a transferência das propriedades assim que os imóveis forem desocupados. A construtora Canopus, responsável pelo empreendimento, foi procurada na última segunda-feira (9) pelo Hoje em Dia, mas ninguém foi disponibilizado para comentar o assunto.
Apesar de ter tido as atividades suspensas pela prefeitura, por meio de notificação no Diário Oficial do Município (DOM), na última sexta-feira, tanto a oficina mecânica da rua Leopoldina, 473, quanto o restaurante da Congonhas, 547, continuavam funcionando até a última segunda-feira (9).
O proprietário da oficina, José Maria da Silva, alegou não ter sido oficializado sobre a cassação do alvará de funcionamento. “Não recebi nenhum comunicado, não estou sabendo de nenhuma ordem para fechar”, informou. Já o dono do restaurante Revista Viva não foi encontrado pela reportagem.
Fiscalização
A prefeitura informou, por meio da assessoria de imprensa da Regional Centro-Sul, que, após a publicação no DOM, os locais serão fiscalizados. Caso as atividades sejam mantidas, o empreendimento será notificado novamente, estando os proprietários sujeitos a multa de R$ 330, a cada 30 metros quadrados de área construída. Se a situação persistir, ocorrerá a interdição do local.
A ação fiscal para verificar o cumprimento da exigência legal está programada para esta semana.