Trabalho de identificação em tempo real de variantes do coronavírus é iniciado em Minas

Anderson Rocha
@rocha.anderson_
18/08/2021 às 18:41.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:42
 (Divulgação/ SES-MG/ Gil Leonardi)

(Divulgação/ SES-MG/ Gil Leonardi)

Unidades Regionais de Saúde (URSs) de Minas, que estão geograficamente próximas a outros estados ou que têm grande circulação de pessoas, passaram a atuar no monitoramento em tempo real da entrada de novas variantes da Covid-19 no Estado. O trabalho do Observatório de Vigilância Genômica (OViGen-MG) teve início no mês passado e avalia 180 amostras aleatórias de pessoas testadas contra a enfermidade por semana.

A pesquisa é empenhada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além de Belo Horizonte, as URSs de Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce; Juiz de Fora e Manhuaçu, na Zona da Mata; Montes Claros, no Norte; Pouso Alegre, no Sul; Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha; Uberaba, no Triângulo; e Unaí, no Noroeste, completam a lista.

“As URSs foram estrategicamente escolhidas devido à localização geográfica no Estado e proximidade com Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Distrito Federal, onde há a identificação da introdução de novas variantes do coronavírus”, informou a SES-MG, em nota, completando que cidades de outras regiões também recebem solicitações de amostragem, também com o intuito de identificar se há circulação de mutações do vírus.

De acordo com Jaqueline Silva de Oliveira, coordenadora estadual de Laboratórios e Pesquisa em Vigilância da SES-MG, o projeto contribui para a elaboração de estratégias de controle, com rápida investigação dos casos e monitoramento dos contatos, contendo a disseminação do vírus. “Além disso, a rápida identificação dessas variantes pode auxiliar no entendimento do cenário epidemiológico, uma vez que podem apresentar especificidades relacionadas ao perfil de transmissão e gravidade da doença”, disse.

As informações referentes ao tipo de variante ou linhagem identificada no Estado, o município de ocorrência e o número de amostras analisadas em cada região podem ser acessadas no Painel de Monitoramento, disponível em coronavirus.saude.mg.gov.br/painel.

Como funciona

Segundo a pasta, as amostras diagnosticadas como positivas para o coronavírus por meio do exame RT-PCR, e com carga viral suficiente para caracterização de variantes, são selecionadas nos laboratórios da rede estadual e encaminhadas para análise na UFMG, onde é feita a caracterização das mutações, por RT-PCR. Com isso, é possível identificar se elas são variantes de atenção conforme classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, se elas são Alfa, Gama ou Delta. 

Em seguida, as amostras que apresentam suspeita de tratarem-se da variante Delta, ou aquelas que não são identificadas por apresentarem um perfil genético distinto, são submetidas ao sequenciamento genético do genoma completo do vírus, o que torna possível, inclusive, a descoberta de novas variantes. Até o momento, a SES recebeu notificações de 2.915 amostras genotipadas, sendo 12 da Delta (linhagem B.1.617.2), 205 casos da Alpha (linhagem B.1.1.7); 2.013 casos da variante Gamma (linhagem P.1); 492 casos da Zeta (P.2) e 193 casos de outras variantes/linhagens.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por