(André Brant/Hoje em Dia/Arquivo)
Cerca de 40 trabalhadores foram encontrados na manhã desta quinta-feira (23) vivendo em condições precárias de alojamento em uma obra de construção de uma fábrica da Coca-Cola, localizada na BR-040, no trevo de Itabirito, região Central de Minas.
Os trabalhadores teriam recebido uma promessa de salário de R$ 1.390 e estariam recebendo, na verdade, R$ 5,21 por hora trabalhada. O serviço era feito de domingo a domingo e não havia controle de ponto. Mesmo com a promessa de regularização do trabalho, nenhum dos operários quiseram continuar.
Os funcionários teriam vindo no Norte e Nordeste - Sergipe, Maranhão, e Piauá - do país e chegaram na cidade mineira no dia 18 de outubro, após pagarem uma quantia de R$ 500 para custear a viagem.
A empresa responsável pela obra não assinou as Carteiras de Trabalho dos operários e eles ainda tiveram seus documentos retidos e levados para São Paulo.
Um grupo de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (SRTE/MG) esteve no local e detectou ausência de água potável, banheiros sujos e falta de camas.
O Auditor Fiscal Francisco Teixeira informou que se reuniu com representantes da empresa paulista contratada pela coca-cola, a Matec Engenharia, e que eles devem apresentar uma planilha de recisão e ainda um plano de retorno desses trabalhadores para suas cidades. "Acionamos o Ministério Público para que seja cobrado também danos morais da empresa", completou Teixeira que ainda relatou o caso de um operário que se acidentou e continuava em serviço.
Por meio de nota, a Matec Engenharia alega que os funcionários foram contratados por uma empreiteira terceirizada sem o seu aval ou consentimento. "A empresa já está verificando as possíveis irregularidades cometidas pela empreiteira terceirizada e irá, em consonância com o Ministério do Trabalho, se responsabilizar pela regularização trabalhista e por todas as providências que se façam necessárias”, afirma em comunicado.
Ainda segundo o Auditor Fiscal, a Matec já apresentou problemas de mão de obra aliciada em outros estados para serviços em condições precárias e sem acordo com a legislação do trabalho, na construção de uma unidade do Colégio Santo Agostinho.