Traficantes de drogas expulsam famílias para ocupar casas

Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
08/01/2013 às 06:31.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:23
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

À mercê do tráfico de drogas, moradores de conjuntos habitacionais de Belo Horizonte estão sendo retirados à força de seus apartamentos por criminosos. Em menos de dois anos, foram identificadas 280 ocupações irregulares. A maioria dos casos é de famílias que se apossaram do imóvel após a expulsão dos proprietários legais.

Na segunda-feira (7), o Hoje em Dia mostrou que o problema da violência é comum também nos condomínios populares de Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Os motivos das “desocupações” nas moradias populares de BH são variados: dívidas de usuários de drogas com traficantes, disputas entre diferentes facções criminosas e, não raro, discussões banais. A residência invadida é comercializada ou alugada.

“Já aconteceu de os caras pegarem e transformarem a casa numa boca de fumo. Eles guardam drogas e revendem”, conta uma moradora antiga do conjunto Granja de Freitas, na região Leste da capital.

Recorrente
 
O número habitações populares ocupadas de forma irregular foi informado pela Secretaria Municipal de Segurança Urbana. Um plano integrado de prevenção para enfrentar os ataques foi elaborado em abril de 2011. Na época, a reportagem mostrou que 149 famílias foram retiradas de suas casas.

Em nota, a Secretaria de Segurança Urbana garantiu que, “em todos os casos, já foram tomadas as devidas ações para retomada dos imóveis”. Porém, moradores afirmam o contrário. “Conheço pelo menos duas famílias que foram expulsas e nunca mais voltaram. Nos dois casos, foi acerto de contas por causa dos filhos, que não pagaram os traficantes”, reforçou um morador, que pediu anonimato.

Está melhor

A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), um dos órgãos responsáveis pela Política Municipal de Habitação Popular, reconhece as ocorrências, mas adota o discurso de que a situação melhorou após a urbanização das vilas.

“Essa violência sempre existiu, mas em um grau muito maior. A construção dessas habitações transformou a vida dessas pessoas. Alguns problemas, como a violência, ainda permanecem. A diferença é que agora é possível ter acesso a esses dados. Esse é um processo de longo prazo”, afirma a coordenadora de intervenções estruturantes da Urbel, Patrícia de Castro Batista.
 
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Atualizada às 15h44.

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