(Polícia Militar/Divulgação)
Vinte e duas pessoas são presas por dia por envolvimento com o tráfico de drogas em Belo Horizonte. De janeiro até setembro deste ano, foram 5.984 detenções. Já em todo o Estado, no mesmo período, 36.611 suspeitos foram levados para as delegacias depois de serem flagrados com entorpecentes.
Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O levantamento ainda traz os números de ocorrências registradas com apreensão de drogas. Nos primeiros nove meses de 2020, 8.151 casos foram registrados pelas autoridades policiais na capital.
Adolescentes, adultos, homens e mulheres. O perfil dos detidos por tráfico de drogas é variado, mas, muitas vezes, essas pessoas são atraídas por objetivos em comum: ascensão rápida e ostentação.
“Existem diversas teorias que levam o cidadão ao crime. Mas, via de regra, o narcotráfico não é opção por falta de opções. É escolha racional de quem quer o dinheiro fácil, rápido e ostentação, como dinheiro, mulheres e carros”, frisa o porta-voz da Polícia Militar (PM), major Flávio Santiago.
Segundo ele, o combate ao crime atinge tanto quem compra drogas em outros estados e países para fazer a distribuição para outros traficantes em Minas Gerais quanto na repressão dos que vendem entorpecentes no varejo.
Esses últimos, inclusive, ajudam a fomentar outros tipos de delitos, como latrocínios, homicídios e roubos, na grande maioria das vezes com o uso de armas.
Não à toa, militares do 13º Batalhão apreenderam 21 revólveres numa ocupação na região Norte da capital, durante a operação Os Lendários, realizada na última quinta-feira. O armamento estava em uma casa onde também foram localizados 1.166 pinos de cocaína.
Chefe da Comunicação da unidade, tenente Antônio Gustavo Diniz Matoso não descarta que as armas eram usadas à favor do tráfico de drogas e até mesmo em outros crimes. “Ninguém foi preso, mas um homem foi identificado e será investigado o envolvimento dele na criminalidade”.
Na raiz
Mais do que atacar os pequenos traficantes, o Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, busca acabar com a fonte de distribuição. É o que afirma o chefe da unidade, Júlio Wilke.
“Quando se apreende uma tonelada de droga, por exemplo, a gente evita que uma quantidade absurda chegue ao varejo”, explica o delegado.
Foi o que aconteceu em uma recente operação do departamento, no Triângulo Mineiro. Segundo Wilke, quase duas toneladas de droga – maconha e cocaína – foram recolhidas em um local que funcionava como ponto de distribuição para pequenos traficantes mineiros.
Para o chefe do Denarc, enquanto houver mercado consumidor, o tráfico vai resistir. “É um tema complexo, mas sempre voltamos nessa questão. Tendo demanda, haverá oferta”, destaca.