Tremor na capital pode ter alcançado uma intensidade de 3 a 4 na escala de Mercalli

Terremoto registrado na Bolívia, na manhã de ontem, também levou pânico a moradores de vários estados brasileiros. Em Minas Gerais, houve registros de ocorrências de tremores de terra em Belo Horizonte, Uberlândia (Triângulo) e Araxá (Alto Paranaíba). O mesmo ocorreu em pontos de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, segundo informações do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). 

Na capital mineira, o órgão estima que o abalo tenha alcançado uma intensidade de 3 a 4 na escala de Mercalli. Na prática, isso significa um pequeno tremor capaz de vibrar casas e árvores, além de chacoalhar objetos pendurados. Mas, segundo o sismólogo do observatório, Juraci Carvalho, nada capaz de causar grandes estragos ou vítimas. 

O abalo foi perceptível nos andares superiores do prédio onde funciona o ambulatório do Hospital Vera Cruz, no Barro Preto, região Centro-Sul de BH. Quando a estrutura tremeu, o prédio foi esvaziado. O Corpo de Bombeiros foi acionado e vistoriou o imóvel. Sem nenhum impacto estrutural, o acesso ao local foi liberado em menos de uma hora.

A assessoria de imprensa da unidade de saúde informou que o atendimento não foi impactado. Porém, relatos de funcionários de uma empresa que fazia manutenção no telhado do local davam conta de tumulto no momento que a estrutura balançou. “O pessoal ficou assustado. Teve gente que saiu correndo com injeção na mão”, contou um deles, que não se identificou. 

Em Araxá, segundo os bombeiros, o balanço foi sentido no quinto e no sexto andares de um edifício comercial. No mesmo horário, houve um registro em Uberlândia, informou a Defesa Civil. Nos dois casos também não houve impacto nas estruturas ou vítimas.

Causas

Segundo Juraci, o terremoto ocorrido na Bolívia refletiu no Brasil por causa da força do abalo. O choque entre as placas tectônicas América do Sul e Nazca gerou um tremor com magnitude de 6,8 na escala de Richter, considerado de grandes proporções. 

O especialista explicou que, por ter ocorrido em uma profundidade de 500 quilômetros, não houve grandes estragos na Bolívia. No entanto, as ondas geradas pelo terremoto trafegam no interior da terra e propagam em todas as direções, chegando em países vizinhos, como o Brasil.