(Dione Afonso/Hoje em Dia)
A terra voltou a tremer na madrugada desta quarta-feira (19) em Montes Claros, no Norte de Minas. O Observatório Sismológico de Brasília informou que a magnitude do primeiro tremor, registrado às 2h55, foi de 3.6 graus na escala Ritcher. O segundo, que ocorreu às 3h32, alcançou 3.5. Apesar de os moradores terem dito que sentiram três abalos, apenas dois foram confirmados pelo observatório.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, pelo menos duas residências e um supermercado tiveram estragos. No bairro Jardim Brasil, região Noroeste, a varanda de uma casa, que tinha a estrutura de madeira, não resistiu e desabou. A família planejava dormir no local por causa do calor, mas conseguiu se livrar da tragédia, pois estava no quarto durante o incidente.
Em outro caso, desta vez no bairro Santa Cecília, na região Nordeste, uma residência teve rachaduras que vão do piso ao teto. Apesar dos problemas, não há registros de vítimas até o momento. Porém, os bombeiros e a Defesa Civil continuam percorrendo as ruas para avaliar a situação.
De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros, José Maria Carvalho, a situação pela manhã é tranquila, apesar da tensão que tomou conta dos moradores durante a madrugada. "O terremoto foi sentido na cidade inteira e as pessoas ficaram muito assustadas", explica.
Ele acrescenta que foram registrados alguns transtornos em consequência dos abalos. "Também houve problemas no sistema de telefonia, que ficou fora do ar, e na transmissão de energia elétrica", complementa. Alguns bairros da cidade teriam ficado sem luz por cerca de meia hora.
Por causa do medo e da falta de energia, alguns moradores passaram a noite nas ruas (Dione Afonso)
O medo da população aumentou, ainda segundo o agente, porque algumas pessoas divulgaram nas redes sociais que outros tremores ocorreriam na manhã. "A gente chegou a receber mais de 500 ligações e muitos moradores passaram o restante da noite nas ruas para se proteger", diz.
Situação recorrente
O registro de tremores em Montes Claros é comum. Até novembro deste, ano pelo menos 174 casos foram registrados na cidade, mas alguns em decorrência de explosões em pedreiras.
Com esse número de abalos em 164 dias, a média na região é de 1,06 por dia. Do total, 60 foram registrados por quatro estações, o que possibilita uma análise mais aprofundada da situação. O estudo mostrou que dessas seis dezenas, 27 casos tiveram relação com as detonações e os demais foram por causas naturais.
Em maio deste ano as Universidades de Brasília e São Paulo montaram oito sismógrafos em pontos estratégicos da cidade para monitorar os tremores. O governo de Minas também comprou equipamentos do México neste ano para montar uma estação na região.
Atualizada às 13h40