(Vale/divulgação)
Cerca de 30 aves foram soltas na natureza em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após passarem anos vivendo em cativeiros clandestinos. Entre as espécies estão tico-ticos, periquitões-maracanãs, rolinhas-roxas e canários-da-terra. A ação é fruto de trabalho para recuperação ambiental e da biodiversidade na região afetada pelo rompimento da barragem da Vale em 2019.
As aves silvestres viviam em cativeiro antes do rompimento, de forma ilegal, e foram encontradas durante o atendimento às propriedades afetadas pelos rejeitos da mineração. A mineradora Vale foi responsável por abrigar esses animais e reintroduzi-los na natureza entre 2019 e 2022. A última ação ocorreu em abril deste ano.
Por terem passado grande parte da vida em cativeiro, os animais foram submetidos a treinamentos para readquirir as habilidades necessárias para encontrar alimento, abrigo, identificar predadores, além de exibir comportamentos típicos da sua espécie.
Interação
Durante o processo, foram formados grupos de aves. A analista ambiental, Cristiane Cäsar, explica que os animais resgatados foram unidos a outras 67 aves abrigadas em Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) para estimular a interação das espécies no processo de reabilitação e, posterior, soltura na natureza.
“Esse estímulo à interação entre indivíduos da mesma espécie favorece, especialmente, animais resgatados ainda filhotes, e que de outra forma não teriam como aprender comportamentos essenciais à sua sobrevivência”, conta.
As aves também foram isoladas e estimuladas a terem aversão a seres humanos para que não se aproximem ou sejam atraídas por eles depois que forem reintegradas à natureza. Alguns animais apresentavam deficiências físicas, como ausência de penas devido à corte e/ou brigas, ou algum membro quebrado e passaram por acompanhamento médico veterinário.
O trabalho envolve a participação de mais de 60 profissionais, entre biólogos, veterinários e auxiliares de campo. Antes de soltar os bichos, a equipe ainda realiza treinamentos e testes essenciais para comprovar as habilidades sociais, anatômicas e funcionais.
"Antes da soltura, as aves ainda passam por exames sanitários a fim de garantir sua saúde e impedir a introdução de patologias no ambiente de soltura. Por fim, após a soltura, elas são monitoradas para avaliar sua sobrevivência e bem-estar no ambiente natural”, destaca Cristiane.
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