Trio que fraudava exame para obter carteira de motorista é detido em Santa Luzia

Três homens, com idades entre 20 e 25 anos, que fraudavam exames de legislação no trânsito foram apresentados pela Polícia Civil nesta sexta-feira (13), em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Dois deles atuavam em outras cidades da RMBH, como Sabará e Ribeirão das Neves, cobrando mil reais dos candidatos aos exames de legislação para a retirada da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

De acordo com o delegado Christian Nunes de Andrade, a prisão desses dois suspeitos foi feita em flagrante na porta do Departamento Nacional de Trânsito de Santa Luzia (Detran-MG), no bairro Frenisa. Um deles fez a prova se passando por outra pessoa, apresentando uma carteira de identidade adulterada, após a verificação dos policiais civis a fraude foi constatada.

O outro homem estava na porta do Detran aguardado pela saída do falso candidato. “Ele era o agenciador dos clientes, além de receber o dinheiro, fazia também a adulteração nas carteiras de identidade”, contou o delegado. O homem que fez a prova no lugar do candidato exercia apenas essa função no esquema, conforme as investigações da Polícia Civil.

Segundo o policial, a vítima pagava R$ 500 antes da realização da prova de legislação. A outra parcela no mesmo valor só era paga após a aprovação no exame. O candidato que deveria ter feito a prova foi localizado pelos policiais e se apresentou ao delegado e contou detalhes de como funcionava a fraude. Como ele colaborou para a apuração dos crimes, o jovem foi ouvido e liberado, mas poderá responder por estelionato – que tem pena máxima de cinco anos.

O “laranja” do esquema contou ao delegado que já teria feito outras provas no lugar de outras pessoas em Sabará e em Ribeirão das Neves, tendo sido aprovados em todos os exames. O delegado contou que outras quadrilhas que agem com o mesmo “modus operandi” do trio detido estão sendo investigadas há pelo menos três anos. “Costumamos fazer a checagem das carteiras de identidade na hora da realização da prova, se confirmada qualquer irregularidade, o portador do documento é detido para prestar esclarecimentos”, disse.

O homem que fez a prova no lugar do candidato e o outro que agenciava os clientes vão responder por falsidade ideológica, uso de documento falsificado, adulteração de documento público e estelionato. Se forem condenados com as penas máximas eles podem ficar de 20 a 22 anos presos, conforme o delegado.

Histórico

Há um ano e meio uma ação semelhante à realizada nessa quinta-feira (12), em Santa Luzia, terminou com a prisão de um policial militar reformado e outras sete pessoas. O grupo oferecia aos candidatos a garantia da aprovação no exame de legislação e de direção mediante o pagamento de uma quantia entre R$ 2.500 e R$ 3 mil. De acordo com o delegado Christian Nunes de Andrade, o grupo agia com métodos semelhantes ao do trio detido nessa quinta-feira. “Porém, o esquema era mais completo por oferecer a prova de rua. Com isso, o preço cobrado era maior e o candidato recebia a carteira em casa”, comentou.