Turmas sem teto após interdição de escola na região Central de Minas

Ernesto Braga* - Hoje em Dia
23/04/2013 às 06:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:03

CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO – Desde 2011, o Ministério Público Estadual (MPE) aponta a precariedade do prédio da Escola Estadual São Joaquim, em Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas. Diante da falta de providências para que alunos, professores e funcionários não corram riscos dentro do imóvel, as atividades na instituição de ensino foram suspensas na sexta-feira passada.

A recomendação partiu do promotor Marcelo Mata Machado. Com as portas da escola fechadas, cerca de 1.300 alunos, 800 do ensino médio e o restante do fundamental, estão sem aulas. A previsão é a de que a Superintendência Regional de Ensino em Diamantina, braço da Secretaria de Estado de Educação (SEE), só libere recursos para o aluguel de outros imóveis em 45 dias.

Até lá, todos os estudantes – e, em especial, os que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e para o vestibular – não terão onde aprender. O Conselho de Pais e Alunos fez uma manifestação pelas ruas da cidade, na última segunda-feira (22), cobrando agilidade na liberação da verba.

O Hoje em Dia esteve na Escola São Joaquim, mas a diretora Kelly Regina Batista orientou a equipe a procurar a superintendência em Diamantina.

No teto de uma das salas do imóvel, há um painel de 1790 bastante danificado. A pintura foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1948, o que aumenta a burocracia para a reforma do sobrado da rua Daniel Carvalho, no Centro.

Construído para servir de moradia, o prédio funciona como instituição de ensino desde 1910 e também é tombado pelo patrimônio municipal. Ele foi comprado pelo Estado no fim de 2007.

Os problemas são muitos: parte do teto ameaça desabar e a fiação elétrica antiga, com isolamento de pano, exposta e cheia de gambiarras, aumenta o risco de incêndio.

As trincas nas paredes são o sinal de que a estrutura do imóvel está abalada. O reboco está desmanchando, buracos no piso de madeira foram tampados de forma improvisada e janelas e portas estão quebradas. Além disso, há apenas uma saída, o que ameaça a vida das pessoas em uma situação de incêndio ou pânico.

“Os transtornos causados pelo fechamento da escola são muitos, mas foi impossível não tomar essa medida drástica. Houve um curto-circuito na parte do imóvel considerada de melhor estrutura. Portanto, a chance de um incêndio na área mais danificada é grande”, lamenta o especialista em patrimônio histórico Alexandre José de Assis, membro do Conselho de Pais e Alunos.

A filha dele, de 12 anos, estuda na São Joaquim. “Os pais estão preocupados com os reflexos da suspensão das aulas, mas aliviados por causa dos riscos que os estudantes estavam correndo”, afirma.

*Enviado especial

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