(Luiz Costa)
Com o intuito de democratizar o serviço, o aplicativo Uber vai passar a aceitar dinheiro nas viagens realizadas em Belo Horizonte e região metropolitana a partir da próxima terça-feira (26). A princípio, a possibilidade de pagamento não estará disponível para todos os usuários. Entre novos e antigos cadastros, serão selecionados alguns perfis que terão acesso a uma outra opção de pagamento. Os responsáveis pelo aplicativo no Brasil não divulgam quantos serão "escolhidos", dizem apenas que a implementação do recebimento em dinheiro será feita a partir das 14h.
"Desde a semana passada, quando começamos a aceitar o pagamento em dinheiro em três cidades do Nordeste (Recife, Fortaleza e Salvador), o número de cadastros no aplicativo nesses locais quase dobrou. Resolvemos então ver como seria essa possibilidade em Belo Horizonte, onde a plataforma já está consolidada", explica o gerente de comunicação do Uber no Brasil, Pedro Prochno.
De acordo com dados coletados pelos responsáveis pelo aplicativo, cerca de 60% das pessoas que efetuavam o cadastro na plataforma paravam no momento do cadastro do cartão de crédito. A partir desse resultado concluiu-se que a forma de pagamento acabava sendo um obstáculo que limitava o acesso do usuário.
"A ideia é sempre fazer com a que a plataforma seja acessível ao maior número de pessoas possível. Por isso resolvemos implementar uma nova possibilidade de pagamento", ressalta Prochno. Ele garante que, mesmo com a mudança, não haverá alteração nas normas de prestação do serviço tanto para passageiros quanto para motoristas.
"As duas partes vão continuar fazendo a avaliação da mesma forma e se, por acaso, houver alguma discrepância no valor da viagem ou do troco, a situação será resolvida pelo aplicativo. Qualquer uma das partes poderá ser ressarcida de eventuais prejuízos na forma de créditos, como já ocorre hoje, tornando a relação financeira sempre equilibrada", garante o gerente de comunicação do Uber.
Risco mínimo
O risco para o motoristas rodar com dinheiro, o que não ocorre quando se aceita apenas cartão de crédito, foi avaliado e não é considerado um problema para os administradores da plataforma. "A primeira coisa que torna mais difícil esse tipo de ocorrência é o fato de que os motoristas não são identificados. O motorista também já anda com um telefone que vale mais do que o dinheiro que ele vai ter. Além disso temos várias camadas de segurança onde dados de motoristas e usuários são armazenados e verificados para evitar esse tipo de problema", diz Prochno.
Apesar de não revelar o número de motoristas e usuários do aplicativo em BH, os responsáveis pela plataforma acreditam que a nova possibilidade de pagamento deve gerar uma demanda maior de passageiros e consequente ampliação no número de parceiros, que é como identificam os motoristas cadastrados.
Em BH, terceira cidade brasileira a fazer uso do aplicativo, o Uber chegou em novembro de 2014. O último dado, divulgado em fevereiro deste ano, dava conta de que a plataforma tinha mais de 10 mil motoristas no país, mas o número já está defasado. Ao todo, já são mais de duas milhões de viagens realizadas em todo o mundo desde a criação do Uber, em 2010.