(Frederico Haikal)
A UFMG decidiu adotar a Lei de Cotas no Vestibular 2013. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (17) pelo reitor Clélio Campolina Diniz. A substituição do bônus pelas cotas, segundo o reitor, foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), mas precisa de aprovação oficial do Conselho Universitário, que se reúne no próximo dia 23. “Vamos discutir a extinção do programa de bônus, pois não podemos conviver com dois sistemas simultaneamente”, afirmou. No primeiro ano de implentação da Lei nº 12.711/2012, a UFMG irá reservar 12,5% das vagas ofertadas. O número representa 862 vagas das 6.670 ofertadas no Vestibular 2013. Dentro da cota mínima, haverá a distribuição entre negros, pardos e indígenas, proporcionalmente à composição da população em cada Estado, tendo como base as estatísticas do IBGE. Questionado sobre a qualidade de ensino a partir do novo sistema de cotas, o reitor considerou a aprovação da lei uma medida válida para o resgate da dívida social, mas criticou o ensino básico. “Sou a favor das cotas como medida temporária para resgatar um pouco a dívida social, mas acho que uma solução definitiva passa por profunda reestruturação da escola fundamental e média”. A própria lei, de acordo com o reitor, prevê um prazo de dez anos para isso. “Eu espero e desejo que antes disso a escola pública já esteja tão eficiente que não seja mais necessária a política de cotas”. Conforme o decreto que regulamenta a lei, em um prazo progressivo de até quatro anos, 50% das vagas nas universidades federais serão reservadas para estudantes que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Nesse processo, os candidatos deverão apresentar documentos comprobatórios de renda familiar, histórico escolar e a autodeclaração étnica. Apesar da adoção do sistema, não haverá abertura de novas inscrições nem mudança nas datas das provas. Os candidatos já inscritos serão orientados, por e-mail, a fazer a opção pelo sistema de cotas.