Das 108 mil chamadas indevidas, mais de 15 mil foram trotes e 93 mil com solicitações de informações gerais, como endereço de unidades de saúde
Das cerca de 300 mil ligações recebidas de janeiro a julho de 2025, 108 mil não foram pertinentes aos cuidados prestados pelo Samu, o equivalente a 36% (Rodrigo Clemente/PBH)
Essencial para salvar vidas com a assistência pré-hospitalar, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) registra alto de chamadas indevidas em Belo Horizonte. Das cerca de 300 mil ligações recebidas de janeiro a julho de 2025, 108 mil não foram pertinentes aos cuidados prestados, o equivalente a 36%.
Das 108 mil chamadas indevidas, mais de 15 mil foram trotes e 93 mil, solicitações de informações gerais - como endereço de unidades de saúde. “Parte da população ainda não compreende a missão do Samu e como o tempo que um atendente gasta com trote, por exemplo, impacta no atendimento a uma ocorrência real”, lamenta o gerente do Samu-BH, Roger Lage Alves.
O Samu recebeu 141 mil solicitações corretas, das quais 76 mil resultaram em envio de ambulância. A média é superior a 358 atendimentos por dia: 51,6% dos socorros foram por causas clínicas, como parada cardiorrespiratória e suspeita de AVC; os traumas representaram 27,73%; e as causas psiquiátricas somam 10,22%.
O pedido de atendimento do Samu é feito por contato telefônico, pelo número 192. O serviço funciona 24 horas. Além do socorro no local da ocorrência, o Samu também repassa orientações médicas por telefone.
Para o envio do socorro, o serviço utiliza um processo de regulação médica, que avalia a gravidade do caso e define se há necessidade de enviar uma ambulância e qual tipo de atendimento será empenhado.
Para prestar o devido cuidado, são feitas algumas perguntas ao solicitante, como o motivo da ligação, o endereço completo da ocorrência, a idade aproximada da vítima, o sintoma principal, o estado de consciência e se há histórico de doenças graves. Segundo o Samu, as perguntas têm como objetivo identificar o tipo de emergência.
Roger também alerta para a percepção equivocada que muitas pessoas fazem do atendimento prestado. “O Samu não é um serviço de transporte. Há casos em que pessoa está estável, mas solicita a ambulância para que seja levada a um hospital. Essa não é a missão do Samu. Nesses casos, o médico regulador orienta que a pessoa procure, por meios próprios, uma unidade de saúde”, destaca.
*Com informações da PBH
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