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A imunização infantil contra a Covid-19 está estagnada em Minas. E ainda em meio à circulação do coronavírus, um agravante: o índice está bem abaixo do ideal. Até ontem, apenas 35% do público de 5 a 11 anos tinha completado o esquema vacinal no Estado. Ao todo, 1,1 milhão de crianças não receberam a segunda dose.
Desde meados de abril, a cobertura praticamente não avançou. Há um mês, como mostrou o Hoje em Dia, o dado estava em 32,6%. Em relação à primeira aplicação, a imunização também se mantém em cerca de 70%.
O cenário, que merece ainda mais atenção diante das recentes quedas nas temperaturas, preocupa médicos e autoridades, que alertam para a sazonalidade das infecções respiratórias, assim como a Covid.
“Essa baixa adesão nos preocupa muito. Este é o pior momento do ano em relação à doença. Então, é muito importante lembrar a todos de tomar a vacina, tanto as crianças, quanto os adultos e idosos, para que a gente atravesse esse momento de maior risco de contaminação”, disse o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
Desde o início da pandemia, 188 crianças e jovens de até 19 anos perderam a vida em Minas após contrair o coronavírus. O número de doentes desta faixa etária passa de 339 mil – exatos 10% do total de contaminados no Estado.
Motivos
A baixa cobertura, segundo o pediatra e epidemiologista especialista em imunização, José Geraldo Ribeiro, pode estar diretamente relacionada à insegurança de pais e responsáveis, criada por falsas notícias.
“Também não vimos, por parte do governo federal, uma divulgação oficial deixando clara a importância da vacinação das crianças. Então, não consigo culpar apenas os pais. Mas acho que eles estão sendo levados a uma decisão errada. Por isso, oriento que procurem profissionais de confiança para que possam ficar bem informados”, avaliou.
O pediatra reforça a segurança dos imunizantes e atesta os perigos da proteção incompleta. “A contaminação pelo vírus pode acarretar muitos riscos. Nos últimos dois anos, a Covid foi a infecção que mais matou crianças”, disse o médico que ainda completou:
“Temos que alertar que apenas uma dose não gera boa proteção e que os imunizantes, independente de variantes, têm mostrado até o momento alta eficácia em evitar forma grave da doença. Então, não há dúvidas sobre a importância”, concluiu.