Veículos dos Correios são alvo de 150 assaltos por mês em Minas

Ernesto Braga e Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
04/04/2013 às 07:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:31

Mais uma modalidade criminosa desafia as autoridades policiais em Minas. Por dia, de três a cinco carros usados pelos Correios, para entregas de cartas e outras encomendas, são alvo de assaltantes no Estado. Com os veículos de carga da empresa sofrendo até 150 ataques por mês, funcionários da estatal, aterrorizados com a violência, têm solicitado afastamento das funções por problemas psicológicos.

O quadro se agravou neste ano, e os roubos ocorrem com mais frequência na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As informações são de uma pessoa ligada aos Correios, que, por motivo de segurança, pediu para ter o nome mantido em sigilo. Segundo a fonte, os carros são interceptados quando estão na rota de entrega. Os veículos são abordados por criminosos fortemente armados, que rendem o motorista e levam o veículo para um local ermo. Enquanto o saque ocorre, os servidores são mantidos reféns.

Sem ser incomodada, a quadrilha de assaltantes tem tempo para revirar malotes e caixas de encomendas, como Sedex, escolhendo o quer levar. Na sequência, foge deixando o carro e os servidores dos Correios.

Trauma

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios Telégrafos e Similares do Estado de Minas gerais (Sintect-MG), Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, por causa do trauma, vários trabalhadores têm sido afastados com problemas psicológicos.

“Os assaltos acontecem com mais frequência na capital e Grande BH, devido à grande concentração de veículos e encomendas. No entanto, apesar do elevado índice de ocorrências nestas localidades, não há medidas de segurança específicas para conter o avanço desse tipo de crime. Por sorte, até hoje, não foi registrada nenhuma morte”, alerta o presidente do Sintect.  Maior incidência ocorre na Pampulha   A Polícia Federal informou que, desde novembro de 2012, houve uma sucessão de ocorrências envolvendo carros dos Correios. Segundo o órgão, a maior incidência tem sido na região da Pampulha.   “Ciente do aumento de crimes dessa espécie, a Polícia Federal tem buscado uma melhor interação com a área de segurança dos Correios, visando a prevenção de tais crimes, bem como a identificação e prisão dos autores”, esclareceu, em nota, a PF.    A corporação acrescentou que as investigações estão em andamento e já há, inclusive, um retrato falado de um suspeito de envolvimento nos crimes.   Paliativa   De acordo com os Correios, são desenvolvidas ações preventivas em parceria com os órgãos de segurança pública. “As ocorrências são imediatamente comunicadas às forças policiais para as devidas providências”, esclareceu a estatal, em nota.   Em nível nacional, informou a empresa, são adotadas outras ações, orientadas pela área de monitoramento e pesquisa de segurança, “para proteger os trabalhadores, a população e as encomendas postais, como investimento em tecnologias de rastreamento”. Ainda conforme os Correios, as vítimas de violência recebem assistência médica e acompanhamento psicológico.   Por fim, destaca a estatal, por se tratar de assunto relacionado à segurança e para preservar seus empregados e clientes, os Correios preferem não divulgar estatísticas nem informações sobre os locais onde as ações são adotadas. 

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