Viagem de risco nos ônibus de Belo Horizonte

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
28/02/2013 às 11:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:26
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Ficar sob a mira de armas, ter de entregar todos os pertences e presenciar ou sofrer atos de violência. As vítimas, motoristas, cobradores e passageiros de Belo Horizonte, presenciaram um avanço de 65,4% na violência praticada nos ônibus da cidade.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o número de assaltos saltou de 510 em 2011 para 844 no ano passado, ou uma média de 70 por mês. Na região metropolitana, excluindo-se a capital, os assaltos passaram de 434 para 550 no mesmo período. O aumento foi de 26,7%, conforme o Armazém de dados do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds).

Alarmante

Porém, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte (STTR-BH) tem estimativa mais alarmante: todo mês, são cerca de 150 assaltos a ônibus em BH e na RMBH.

Segundo o STTR-BH, 2012 teve, em média, 1.500 crimes em coletivos na capital mineira e cidades como Santa Luzia, Ribeirão das Neves, Nova Lima e Vespasiano. Ele diz que os casos são subnotificados, uma vez que as empresas não registram boletins de ocorrência para não deixar o veículo parado por muito tempo, gerando prejuízo.

Tensão

O coordenador administrativo do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Contagem e Esmeraldas, Renato dos Santos, afirma que motoristas e cobradores da RMBH trabalham em “clima de terror”. Ele cita a linha 2580 (Eldorado/BH) como uma das mais assaltadas. Os veículos saem de Contagem pela avenida João César de Oliveira, passam pelo Centro e a área hospitalar de BH e retornam a Contagem.

Na semana passada, uma mulher foi assaltada por dois homens em um veículo da linha, na Via Expressa, altura do bairro Vila Oeste, na capital. Dois homens armados levaram dinheiro de passageiros e R$ 100 do cobrador.

A mulher soube que, dias antes, outro assalto rendeu a bandidos os celulares dos passageiros. “Esses crimes são cada vez mais comuns, e fica tudo por isso mesmo”, diz a passageira, que não quis ser identificada. A dona de casa Maria Aparecida de Moraes, de 50 anos, corrobora. “Tenho muito medo. Quando vejo um suspeito, subo em outro ônibus”.

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