Guardas municipais estão visitando escolas da rede municipal de ensino em Belo Horizonte alertando as crianças sobre os perigos do uso de cerol e linhas cortantes para soltar pipas. Nesta quarta-feira (14), os agentes foram até a escola Fernando Dias Costa, no bairro Taquaril, na região Leste da capital.
“A brincadeira de soltar pipa é antiga, mas ultimamente com o uso das linhas cortantes, especialmente a linha chilena, se tornou um perigo. O objetivo da ação é conscientizar os alunos, que eles se tornem multiplicadores dessa informação, sobre o quão nocivo é o uso dessas linhas cortantes”, explica Abigail Catarino, inspetora da Guarda Municipal.
A ação faz parte da 6ª edição da campanha ‘Cerol Mata’. Segundo a Prefeitura de BH (PBH), de junho a agosto as ações serão intensificadas considerando o período de férias escolares e ventos intensos na cidade.
Além de prevenir acidentes e salvar vidas, a iniciativa tem como finalidade ampliar, através dos estudantes, a conscientização sobre os perigos do uso das linhas cortantes. A proposta é que o conhecimento aprendido nas palestras seja repassado à amigos, familiares e outros outros integrantes da sociedade.
Veja vídeo:
Linha mortal
A inspetora reforça que as linhas chilenas são ainda piores que o cerol, já que são produtos industrializados, onde são adicionados diversos componentes químicos e podem aumentar em até 20 vezes o poder de corte dessas linhas.
“Ela tem um poder de corte muito grande, é uma linha que corta com facilidade a pele e tecidos musculares, provocando cortes profundos e hemorragias difíceis de estancar. Se atingir o ser humano pode causar amputação de membros e até levar à morte", completa a inspetora.
Outro risco da utilização de linhas cortantes é a capacidade de atingir e cortar redes elétricas, o que pode provocar descarga de alta tensão e vitimizar pessoas.
Números
Além das campanhas em escolas, a Guarda Municipal realiza blitze preventivas em áreas de grande circulação de veículos. Durante a campanha, equipes do Grupamento de Trânsito também fazem abordagens a ciclistas e motociclistas para distribuir materiais educativos e antenas de proteção.
De acordo com os dados da Inspetoria de Estatísticas da Guarda Municipal, em 2022, foram feitas 2.788 apreensões de linhas cortantes, incluindo carretéis e rolos. Apenas nos primeiros seis meses de 2023, já foram recolhidos 334 pacotes contendo linhas cortantes, segundo a PBH.
Uso proibido
Desde 2018 uma lei municipal criminaliza a prática e proíbe o uso de linhas cortantes na capital. Se pego, a pessoa pode pagar multas que variam entre R$ 100 e R$ 1,5 mil. Nos casos em que o cerol ou a linha chilena causarem ferimentos ou morte, o infrator poderá ser punido criminalmente.
A Guarda Civil Municipal de BH atua em parceria com a Polícia Civil e a Subsecretaria de Fiscalização para identificar e fechar estabelecimentos que comercializam linhas cortantes. Além disso, os órgãos trabalham no monitoramento de redes sociais e perfis que divulgam linhas cortantes na internet.
Caso algum cidadão identifique a venda de linha chilena, é possível fazer a denúncia pelos telefones 153 (Guarda Civil Municipal), 190 (Polícia Militar) e pelo Disque-Denúncia 181.
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