Reportagem procurou a Seplag e aguarda posicionamento
Após denunciar o que afirma ser "um colapso" envolvendo os rabecões da Polícia Civil, com apenas um dos sete veículos em funcionamento em 50 municípios mineiros, o Sindicato dos Servidores da Instituição (Sindpol) afirma que viaturas terceirizadas não possuem rádio de comunicação nem comportam agentes e presos. Os automóveis também não contam com grades de proteção entre os policiais e os detentos.
De acordo com o presidente do Sindpol, Wemerson Oliveira, as condições de trabalho são precárias. Segundo ele, os agentes atuam em carros "sem mínimo necessário" para a prestação de um serviço de qualidade à população.
"Nenhuma viatura da Polícia Civil tem rádio de comunicação. Todos os policiais trabalham com grupo de WhatsApp. Se um deles precisar de apoio, vai demandar ajuda através de um grupo", denuncia Oliveira.
Segundo o representante da categoria, a terceirização da frota tem gerado diversos problemas. "Por exemplo, temos o Volkswagen Up, que é um veículo para o dia a dia, mas não como viatura policial. O Fiat Strada não comporta quatro policiais e o Hyundai Creta, recentemente alugado, possui um compartimento de presos muito pequeno, sem porta de proteção para o policial quando se abre a tampa traseira."
Conforme o Sindpol, as limitações prejudicam a Polícia Civil, que depende diretamente do Estado. “A gente sempre procura resolver esses problemas de forma administrativa e a Chefia de Polícia tem se empenhado muito em resolver. Só que a Polícia Civil não tem autonomia administrativa. Tudo que vai fazer, se você vai dar manutenção nos veículos, por exemplo, até esses contratos dessas empresas terceirizadas, quem paga é o Estado".
Conforme o Hoje em Dia mostrou, seis rabecões da PC estão em manutenção, sem previsão para o fim dos reparos. Com apenas um em funcionamento para realizar a remoção de corpos, em casos de mortes suspeitas ou violentas, junto ao Instituto Médico-Legal (IML), o atendimento tem demorado até 12h, segundo o Sindpol.
Além da manutenção, o sindicato denuncia que os carros estão sem sirene e giroflex. Alguns, inclusive, precisam ser escorados com tocos para ficar em segurança quando estacionados nas ruas.
Sobre os rabecões, a Polícia Civil voltou a confirmar que "alguns veículos da frota" estão em manutenção, mas não informou quando todos os rabecões estarão disponíveis.
"O referido serviço é prestado de maneira ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana, em Belo Horizonte e região metropolitana. Alguns veículos da frota de rabecões se encontram em manutenção – que ocorre de maneira periódica – nas oficinas credenciadas, as quais trabalham, em regime de prioridade, para atender as demandas", informou a PC.
Ainda conforme a polícia, um contrato específico para a locação de rabecões está em "fase de implementação", com o objetivo de ampliar e modernizar a frota. Detalhes, no entanto, não foram divulgados.
Sobre a denúncia referente às viaturas, o Hoje em Dia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag) e aguarda retorno.
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