As fortes chuvas da madrugada deste domingo (19) deixaram a região da Vila Maracas, próxima da divisa de Belo Horizonte com Contagem, em estado de emergência. O córrego Ferrugem e o Ribeirão Arrudas, que cortam o local, transbordaram e inundaram casas deixando um rastro de lama na avenida Teresa Cristina, na altura do Barreiro, e nas residências.
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, esteve no local nesta manhã e afirmou que as obras de contenção dos danos causados pela enchente começarão na próxima segunda-feira (20). Questionado pela imprensa se haveria um plano para evitar novos transtornos decorrentes de chuvas, Kalil reconheceu que "a cidade não se preparou para este tipo de problema" e disse que a administração municipal iria atuar para diminuir os estragos.
"Isso é uma preparação longa, não é algo que vamos resolver de hoje para amanhã. O que nós podemos resolver de hoje para amanhã, a prefeitura, apesar de estar com a estrutura robusta, já está fazendo. A SLU (Superintendência de Limpeza Urbana) já está trabalhando e a Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) está vindo para cá fazer o recapeamento. Amanhã a gente já começa a limpeza e o conserto do que foi estragado", afirmou.
Estragos
Na casa do operador de retroescavadeira José Lázaro Lino, de 60 anos, a água subiu até 1,30 metro. Carregando um carrinho de mão com entulhos e barro retirados do lote, ele conta que perdeu as compras do mês e roupas que estavam dentro dos armários. Para salvar os colchões, José os levou para o segundo andar da casa. "O Arrudas sempre transborda, já teve enchente em 2009 e eu perdi tudo que tinha. Precisava alargar o rio e fazer bacia de contenção atrás", disse.
A única solução que restou para a vendedora Elis Regiana, de 28 anos, é jogar fora os móveis destruídos pela água durante esta madrugada. "A geladeira foi embora, as camas boiaram, os colchões estragaram, o portão não abre mais. Não tem como reaproveitar", relata. Ela precisou amarrar os carros com uma corda para que eles não fossem levados pela enxurrada. Os automóveis ficaram repletos de lama e água acumulada.
Desesperançosa, Elis acredita que os problemas de inundação na região persistem porque a Vila São Paulo fica no limite dos municípios de Contagem e Belo Horizonte: "aí cada um fala que é problema da outra cidade e ninguém resolve nada".
A Defesa Civil irá fornecer colchões e cestas básicas aos moradores que perderam mantimentos e móveis durante o temporal. "As pessoas perderam colchões, cobertores, eletrodomésticos... nós não fazemos milagre, mas a Defesa Civil se preparou para isso. Ela vai junto com todo esse aparato que estamos mandando para cá, amanhã, começar a cuidar da parte humana", garantiu Kalil. Comdec/Divulgação / N/A
CHUVAS - Prefeito visitou as ruas do bairro para conferir estragos causados pelo temporal