(Riva Moreira)
Vandalismo, furtos de peças e problemas na intensidade da água são alguns dos problemas que o Corpo de Bombeiros tem encontrado durante vistorias em hidrantes instalados em vias públicas de Minas Gerais. Somente neste ano, 2.647 equipamentos foram inspecionados. O número de irregularidades, no entanto, não foi revelado pela corporação.
A preocupação com o bom funcionamento dos hidrantes em Belo Horizonte surge após o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro denunciar que uma instalação usada no combate às chamas que consumiram o Museu Nacional, na noite do último domingo (2), estava sem água, o que dificultou o trabalho dos militares.
"Os hidrantes em bom estado de conservação são preponderantes nos combates a grandes incêndios. Nossas maiores viaturas, que comportam até 21 mil litros de água, precisam ser reabastecidas, e eles servem como reservatório dos caminhões", explicou o capitão Frederico Pascoal, da corporação mineira.
De acordo com o militar, vistorias são realizadas anualmente para verificar as condições de uso dos equipamentos. Após a fiscalização, um relatório com as irregularidades encontradas, inclusive problema na pressão da água da rede do hidrante, é enviado à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), responsável por realizar manutenções e instalar novos hidrantes.
"Nesse caso, acho que falta um alinhamento operacional entre o Corpo de Bombeiros e a Copasa. Entendo ser necessária a criação de um protocolo para que seja acionado um plano de contingência de urgência. Pelo que percebi, no caso do Rio de Janeiro, eles tentaram esse acionamento mais rápido, mas não deu certo", disse Pascoal.
Vandalismo
Ações criminosas não ficam fora da lista de problemas encontrados durante as vistorias. "O vandalismo é uma das coisas que mais acontecem. Além de roubar válvulas, eles danificam as peças, tanto na vedação do hidrante quanto no registro de fechamento da água", acrescentou o capitão.
Questionada, a Polícia Militar (PM) informou que as ocorrências relacionadas a hidrantes não são recorrentes. Contudo, segundo a corporação, caso alguém seja flagrado danificando algum equipamento ou furtando alguma peça, será detido pelos crimes de dano ao patrimônio público e furto, respectivamente.
Em 2011, a reportagem do Hoje em Dia mostrou que BH tinha 454 hidrantes instalados. O número, no entanto, tem aumentado, segundo o Corpo de Bombeiros, para atender a uma norma da corporação que prevê que os mecanismos públicos "terão, cada um, um raio de ação de, no máximo 300 metros, devendo atender a toda área do loteamento, além de fornecer uma vazão mínima de 1.890 litros de água por minuto".
Resposta
Em nota, a Copasa informa a existência de 675 hidrantes em Belo Horizonte. Os equipamentos, instalados em pontos estratégicos indicados pelos bombeiros, estão em boas condições, conforme a companhia. “A manutenção é feita rotineiramente e, quando detectada alguma anomalia, a empresa é acionada pelo Corpo de Bombeiros e realiza a manutenção”, complementou o texto.